O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, prestou depoimento nesta sexta-feira (05) ao juiz Sérgio Moro e afirmou que já durante as investigações da Operação Lava Jato ele teve um encontro secreto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um hangar do Aeroporto de Congonhas, no qual o petista deu ordens para fechar as contas que mantinha no exterior para receber propina de contratos da Petrobras.
No encontro, Lula ainda falou que a então presidente Dilma Rousseff havia lhe repassado a informação de que diretores da Petrobras estavam recebendo propina de fornecedores da estatal, como a multinacional SBM, em contas no exterior.
O ex-presidente questionou se Duque era um dos beneficiários da propina. Como o ex-diretor negou, Lula insistiu querendo saber se a propina de contratos de sondas da Sete Brasil estava sendo paga no exterior. Duque voltou a negar. Lula então fez questão de advertir para a necessidade de eliminar rastros no exterior que pudessem levar as autoridades até a propina.
Renato Duque era o principal operador do PT na Petrobras. No depoimento, Ele disse ainda que se reuniu com o ex-presidente outras vezes, secretamente, para discutir contratos de interesse das empreiteiras do petrolão em pelo menos duas oportunidades.
- Foto: Paulo Lopes/Futura Press/Estadão ConteúdoEx-presidente Lula
De acordo com a Veja, o ex-diretor afirmou também que Lula sabia de tudo que se passava no petróleo, mas ainda ele monitorava pessoalmente o fluxo de pagamentos de contratos que renderiam propinas posteriormente. Lula era tão envolvido que chegava a ter informações antes mesmo do próprio Renato Duque.
Dentro da quadrilha do petrolão, Lula tinha dois apelidos: “Nine” e “Chefe”, de acordo com Duque. Quando não falavam diretamente o apelido de Lula, os integrantes do esquema gesticulavam com as mãos perto do rosto para simular uma barba.
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