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Política

Lula e Geraldo Alckmin se encontram em gesto por aliança

Jantar marcou primeira reunião pública desde o início das negociações para uma união em 2022.

Adversários tradicionais na política nacional, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin se encontraram publicamente na noite deste domingo, 19, pela primeira vez desde que começaram a negociar uma aliança para disputar a eleição de 2022. Organizado pelo Prerrogativas, grupo de advogados “antilavajatistas”, o batizado “Jantar pela Democracia” reuniu em São Paulo cerca de 500 convidados, incluindo governadores e outras lideranças.

Apesar de não existir uma união formal, o encontro é carregado de simbologia; governador de São Paulo quatro vezes pelo PSDB, Alckmin se desfiliou na última quarta-feira e estuda convites de três legendas para traçar seu destino político.

Mesmo à frente da corrida pela sucessão paulista, segundo as pesquisas de intenção de voto, o ex-tucano deve priorizar a disputa nacional e assumir a pré-candidatura a vice-presidente, compondo com Lula. Mas Alckmin não decidiu ainda por qual partido o faria; por enquanto, a conversa mais adiantada é com o PSB.

O ex-governador desconversou sobre o significado do encontro. “É só um jantar de fim de ano”, disse ao Estadão. Ao discursar, Lula seguiu a mesma linha, ironizando a atenção da imprensa e repetindo que ainda não definiu a candidatura.

“Sei que o Brasil que eu vou pegar em 2023 é muito pior que eu peguei em 2003. Segundo, depende do meu partido. É um partido que tem uma história, o partido mais importante da esquerda brasileira”, afirmou. “Tenho que respeitar o Alckmin, quem vai dizer se a gente vai se juntar ou não é o meu partido e o partido dele.”

"Nada acontece para o vice antes de acontecer para o presidente", afirmou, rindo. Lula ainda deixou claro que as críticas que ambos possam ter trocado no passado não vão impedir um eventual acordo. “Independente de qualquer coisa, quero dizer que aprendi a respeitar certas pessoas. Eu passei 30 anos xingando o Delfim Netto, e depois ele esqueceu todas as ofensas e me apoiou em todo o meu governo.”

Frente ampla

A cúpula da CPI da Covid participou do jantar, e ajudou a dar o tom de união suprapartidária contra o presidente Jair Bolsonaro. "É mais um evento da frente ampla democrática contra Bolsonaro do que um jantar para consagrar, de vez, uma chapa eleitoral”, disse o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). PSOL, PCdoB, MDB, Solidariedade, Rede, PSB, PT e até o PSDB tinham representantes no evento, que reuniu ainda governadores, prefeitos, dirigentes partidários, artistas, acadêmicos e alguns dos mais importantes advogados do País.

Além do PSB, Alckmin tem convites de filiação ao Solidariedade e ao PSD, neste último caso, porém, para disputar o governo paulista.

O PSB tem imposto uma série de condições ao PT para selar o acordo com o ex-governador na vice de Lula. Entre elas, a retirada da pré-candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad ao governo de São Paulo e o apoio ao ex-governador Márcio França (PSB). Haddad e os petistas resistem a essa hipótese, o que abriu as portas para a tentativa do Solidariedade. O presidente do partido, Paulo Pereira da Silva, presente ao jantar, confirmou a oferta a Alckmin. “No Solidariedade, já colocamos a ele que, se quiser ser vice, será muito bem-vindo”, disse.

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