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Política

Ciro Nogueira critica Pacheco por manter Renan Calheiros em relatoria

“Eu acho um erro grave, é uma decisão judicial, eu não concordo, mas tem que ser cumprida", afirmou.

O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas e membro da CPI da Covid, criticou nesta terça-feira (27) o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, que afirmou que não vai cumprir decisão que impede Renan Calheiros de ser o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Ciro classificou a decisão de Pacheco como um grave erro. “Eu acho um erro grave, é uma decisão judicial, eu não concordo, posso discuti-la, mas tem que ser cumprida. Existe essa determinação judicial e eu não vejo como o Senado Federal possa descumpri-la até para não criar um questionamento”, afirmou o senador.

Foto: Lucas Dias/GP1Ciro Nogueira
Ciro Nogueira

“Ou então, nós temos que fazer um manual para saber quais são decisões judiciais que se cumpre e quais são as que não se cumpre, quero lembrar que essa CPI está sendo instalada única e exclusivamente por conta de uma decisão judicial”, completou Ciro.

No final de semana, a Casa Civil enviou aos ministérios uma lista de acusações contra o Governo que poderão ser investigadas na CPI pedindo informações, questionado se a lista seria um atestado de culpa, Ciro respondeu que não. “De forma nenhuma, apenas ninguém é ingênuo de achar que o Governo diante de uma CPI que foi criada, única e exclusivamente, para atacá-lo não vai preparar a sua defesa, isso é natural”, declarou.

Ele voltou a afirmar que o ponto negativo da CPI é apenas o momento em que ela está sendo instalada. “O ruim dessa CPI é o momento que ela está sendo instalada, nós estamos no meio de uma guerra política, passa uma imagem ruim para a população, passa uma imagem de que nós escolhemos a disputa política ao invés de estarmos tratando a população”, argumentou Ciro.

Ainda de acordo com o senador, a CPI dever iniciar os trabalhos solicitando à Polícia Federal informações sobre as investigações que envolvem recursos destinados ao combate à pandemia da Covid-19.

“O primeiro requerimento que deveremos instalar é pedido de informações à Polícia Federal para saber quais são as investigações que estão em curso, que deram resultado, ao Tribunal de Contas da União porque não é só desvio de recursos públicos, o maior problema dessa pandemia hoje foi o envio de recursos públicos para os estados e não terem sido utilizados no combate à pandemia. A maioria dos estados, pelo conhecimento que nós temos, utilizaram esses recursos para fazer caixas, para sanear suas contas ao invés de terem preparado seus estados para o enfretamento dessa pandemia”, explicou.

Ciro Nogueira, que é da base aliada do presidente Jair Bolsonaro, garantiu que sua participação na CPI será imparcial. “Não tenha dúvida, não estou lá para defender governo e nem acusar governo, estamos lá para pedir que seja respeitado o bom senso, a verdade e a transparência, acho que a discussão é no que diz respeito à prioridade, faça uma pesquisa de opinião pública para saber o que é mais grave: se o presidente utilizou a cloroquina, a máscara, ou os governadores que desviaram recursos públicos através de compras fraudulentas ou não utilizaram esses recursos para o combate à pandemia, pode ter certeza que 99% da população vai achar que este foco das investigações é mais importante”, disse.

Sobre a duração da CPI, que tem o prazo de 90 dias, o senador disse achar que não será concluída nesse período. “Vai depender dos profissionais e holofotes, o prazo de uma CPI é de 90 dias, mas não tenha dúvidas que essas pessoas que não vivem sem criar fatos para aparecer na mídia vão querer prorrogar indefinidamente os trabalhos da CPI, pelo que eu conheço da história dessas pessoas. O certo é encerramos em 90 dias e virar essa página, mas eu não tenho essa expectativa”, finalizou.

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