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Política

Caso Monark: Kim Kataguiri processa críticos por calúnia

Advogado do MBL não vê contradição com PL de Kataguiri que tenta excluir 'calúnia' do código penal.

O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) anunciou que vai acionar a Justiça contra 17 pessoas e quatro veículos de imprensa que o acusaram de ‘apologia ao nazismo’ após sua participação no Flow Podcast. O ato de atribuir falsamente crime é tipificado como calúnia no direito penal. Justificando os processos, o parlamentar disse nas redes sociais que os “canceladores” não podem ficar impunes.

“Eles serão processados por calúnia, difamação e injúria. O objetivo não é apenas indenizatório, mas também educativo, de forma que tais agentes do cancelamento arquem com as consequências de seus ataques criminosos”, diz nota oficial do Movimento Brasil Livre (MBL), do qual Kataguiri é uma das lideranças.

O advogado dos processos é o vereador Rubinho Nunes (Podemos), também integrante do MBL. Segundo ele, a ação será movida na esfera cível. No ano passado, Kataguiri protocolou um projeto de lei na Câmara sugerindo que os chamados crimes contra a honra — justamente calúnia, injúria e difamação — fossem excluídos do direito penal. A única exceção, segundo a proposta do parlamentar, seria a injúria qualificada por elemento discriminatório, como cor, idade, deficiência e origem. Somente esta teria a tipificação mantida.

“O objetivo é fazer com que as ofensas contra a honra que não sejam qualificadas por elemento discriminatório de idade, raça, cor, origem ou deficiência sejam resolvidas por instrumentos alheios ao direito penal”, diz o PL. “Desta forma, pretendemos fazer com que o direito penal se ocupe apenas de fatos graves, que não podem ser resolvidos sem a sua intervenção”.

Rubinho Nunes nega que Kataguiri tenha entrado em contradição ao mover, agora, um processo por crimes contra a honra. “O PL em questão versa exclusivamente sobre a esfera penal, não alterando ilícitos civis”, argumentou o vereador. O deputado enseja danos morais e pede indenização de 40 salários mínimos aos alvos da ação.

Comentando o processo, Márcia Tiburi reforçou que considera Kataguiri "um agitador nazifascista" e acusou o deputado de fazer "política resumida a publicidade". Jean Wyllys compartilhou uma postagem no Twitter chamando a ação de "gesto intimidatório". Valente afirmou que já enfrentou "ditadura e fascismo" e que não se sente intimidado pelo parlamentar.

Após sua participação no debate do Flow Podcast, Kataguiri tornou-se alvo de pedidos de cassação do mandato a Câmara; sua conduta no episódio que levou à demissão de Monark do Flow também é tema de inquérito na PGR.

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