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Política

Lula defende chapa com Alckmin e diz não precisar de vice do PT

“Não quero um vice igual a mim. Não quero um vice do meu partido”, afirmou o ex-presidente.
Por Estadão Conteúdo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 15, que as divergências com o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) serão colocadas de lado na eventual composição de uma chapa para disputar a Presidência da República. “Se o Alckmin como meu vice me ajudar a governar, não vejo nenhum problema”, disse, após lembrar que Alckmin ainda precisa escolher seu partido para que a chapa possa se concretizar.

Lula destacou ainda que não tem interesse em ter um vice petista. “Não quero um vice igual a mim. Não quero um vice do meu partido”, afirmou, em entrevista à Rádio Banda B de Curitiba.

Reformas

No quesito das reformas previdenciária e tributária, e o porquê dessas não terem sido feitas na sua gestão, o ex-presidente afirmou que não eram necessárias enquanto ele comandava o Planalto. “Quem é que disse que o Brasil precisava das reformas? Quem disse isso era um setor empresarial que queria se desfazer do país inteiro”, criticou.

No entanto, o presidente reforça que, hoje, caso vença a disputa, está convencido de que o País precisa discutir reforma tributária. “Eu não sei se uma reforma tributária completa ou a gente discutir tópicos”, disse.

Manifestação na igreja

A respeito da polêmica em torno da invasão de uma igreja em Curitiba por um vereador petista e um grupo de manifestantes, Lula contestou a postura do parlamentar. “Ele (Renato Freitas) está errado! E se ele está errado, ele precisa humildemente entender que a palavra ‘desculpa’ não diminui uma pessoa. A palavra ‘desculpa’ engrandece quem tem a grandeza de pedir desculpas”, disse.

O vereador Renato Freitas (PT) foi uma das lideranças presentes no protesto do dia 5 de fevereiro, organizado em Curitiba contra o racismo e os assassinatos do congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte por cobrar pagamentos atrasados, e do estoquista de supermercado Durval Teófilo Filho, alvejado pelo vizinho militar que o confundiu com um ladrão. O encontro terminou em confusão após um grupo de manifestantes entrar na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no centro histórico, após a celebração de uma missa.

Marco histórico da luta antirracista no Brasil, a igreja foi construída por e para os escravos em 1737, abrigando negros impedidos de frequentar outras igrejas por causa da cor de sua pele. “Essa igreja tem um valor simbólico enorme para a gente. Por isso a gente entrou e reivindicou a valorização da vida”, afirmou o parlamentar à época, em seu perfil do Instagram.

Segundo Lula, o vereador poderia ter pedido para o padre realizar uma missa para o povo negro de Curitiba e homenagear os que fizeram a igreja. “Ele é vereador. Ele pode fazer um ofício pedindo para o Bispo para que aquela igreja tenha um ou dois padres negros. O que não tem sentido é invadir a igreja”, disse.

Apesar de criticar o correligionário, Lula afirmou que o PT vai defender o mandato do vereador: “Não vamos querer que você seja cassado. Não vamos permitir que a direita conservadora da câmara te cassem”.

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