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Saúde

Teste rápido que identifica variantes do coronavírus vai ser usado em MG

O exame foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais e custa 10% do valor cobrado para o sequenciamento.

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um teste rápido e de baixo custo capaz de monitorar as variantes mais perigosas do novo coronavírus. A aplicação do teste em todo o País foi discutida na manhã desta quarta-feira, 17, com representantes do Ministério da Saúde. Já há acordo da instituição com a secretaria estadual de saúde para testagem em MG.

O material utilizado na identificação das variantes é o mesmo retirado do nariz para um teste comum de covid-19, conforme explica o professor de Genética Humana da UFMG, Renan Pedra, integrante do grupo de pesquisadores da universidade.

"Conseguimos dar um zoom nas linhagens mais problemáticas que temos no país", afirma o professor. Essas são as linhagens chamadas de variantes preocupantes pelo Ministério da Saúde.

Segundo o professor, o teste que já havia no Brasil antes conseguia apontar as variantes preocupantes, mas não indicava exatamente qual. A identificação com detalhes sobre o tipo da cepa foi possível graças a um aprofundamento no código genético das variantes feito pelos pesquisadores da UFMG.

Esse aprofundamento ocorreu a partir de estudos sobre o novo coronavírus, composto, para efeito de compreensão, por quatro retângulos de "cores" diferentes que aparecem cerca de 30 mil vezes em seu código genético. Cada vez que um desses retângulos muda de "cor", há mutação.

"A maioria das mutações encontradas nas linhagens não altera como o vírus funciona no corpo humano. Entretanto, algumas mutações são importantes e as linhagens que as carregam são chamadas de linhagens (ou variantes) de atenção. Já se sabe que estas variantes são mais transmissíveis que as outras, ou seja, a contaminação de uma pessoa para outra é mais fácil", diz trecho do estudo da UFMG.

O custo bruto do teste para identificação das linhagens preocupantes é de R$ 60, 10% do valor cobrado para o sequenciamento total do novo coronavírus, com suas 30 mil posições em seu código genético. O resultado fica pronto em seis horas.

Monitoramento em Minas Gerais

A partir do teste capaz de apontar cada uma das variantes preocupantes em circulação no País, o próximo passo será a aplicação dos exames para saber qual cepa está presente em que intensidade e em qual região. Ainda não há uma estratégia montada no plano nacional.

Em Minas, no entanto, já há acerto entre a UFMG e a Secretaria de Estado de Saúde para que os testes sejam aplicados no Estado. "Estamos apenas esperando a chegada de um insumo dos Estados Unidos", relata o professor Renan.

Em sua primeira fase, o teste será aplicado em amostras de mil pessoas das 28 regionais de saúde do Estado. Para fidelidade do resultado, segundo o professor, parte das regiões terá que ter número maior de amostras por serem mais povoadas.

"É mais um elemento para o processo de tomada de decisões por parte dos gestores públicos", avaliou o professor. Em relação à aplicação do teste no plano federal, uma nova reunião com o Ministério da Saúde deverá ser marcada para a próxima semana.

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