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Saúde

Gastrite: veja quais as causas, sintomas e como prevenir

Doença atinge cerca de dois milhões de brasileiros, mas pode ser evitada com alguns cuidados.

No começo, uma sensação de queimação insistente. Em seguida, um pouco de enjoo, dor na boca do estômago após as refeições. Talvez vômitos. Um mal-estar insistente.

Foi assim com o professor universitário Henrique Carvalho. Ou com a aposentada Antonieta Santana Nunes. Ela pensou que tinha comido alguma coisa que não havia caído bem. Ele achou estranho: azias nunca haviam sido um problema.

Depois de uma ida ao médico, um mesmo diagnóstico: gastrite. Não estavam sozinhos. Segundo levantamento do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil, cerca de 2 milhões convivem com a doença no País.

E o número tem crescido: dados do HCor, em São Paulo, mostraram um aumento de 15% nas internações provocadas pela doença em 2021.

“Apesar de ser muito comum, a gastrite é uma doença que precisa ser cuidada e merece toda a atenção”, explica o dr. Antonio Lopes, cirurgião do aparelho digestivo, da Rede D’Or em São Paulo.

A gastrite é uma inflamação da mucosa interna do estômago, que pode ser causada por diferentes motivos.

“São erros alimentares, a ingestão de alimentos que irritam a mucosa, ou a infecção pela bactéria H. pylori, que leva ao aumento do ácido gástrico. E também o estresse, que piora todas essas agressões”, explica a dra. Tabata Cristina Antoniaci, gastroenterologista do Grupo São Cristóvão.

O aspecto emocional é relevante e ajuda a explicar o aumento recente de casos. Ainda que alguns estudos sugiram a capacidade da covid-19 de acometer esôfago, estômago ou intestino, diz Lopes, a questão não passa necessariamente pelo vírus.

“Todo o cenário mexeu com a vida das pessoas e aumentou o nível de estresse. Preocupação financeira, com falta de trabalho, o medo de pegar a doença, tudo isso pode levar a uma piora na alimentação, à pouca qualidade de sono.”

Henrique Carvalho lembra ter sido esse o seu caso. “Eu não mudei meus hábitos alimentares de maneira significativa. Mas comecei a sentir os sintomas no final do primeiro semestre de 2021, que foi um momento de piora da pandemia depois de alguns meses mais tranquilos”, ele lembra.

Como evitar a gastrite

A boa notícia é que é possível evitar a gastrite com mudanças na rotina. Foi algo que a vendedora do mercado livreiro Rosália Meireles aprendeu na prática, após ter a doença três vezes. “Foi preciso abrir mão de muita coisa, evitar bebida alcoólica, tirar alguns alimentos das refeições, comer com mais qualidade”, ela conta.

Para a dra. Antoniaci, a alimentação é de fato um elemento central na prevenção.

“É possível evitar o problema tendo bons hábitos alimentares, que incluem comer devagar, mastigando bem os alimentos, prestando atenção na comida e não em outras atividades, como a TV ou o telefone celular”, ela observa.

“Vale a pena também optar pela ingestão de mais alimentos ricos em vitaminas e proteínas, como legumes e frutas, beber água em vez de refrigerantes e sucos e equilibrar a ingestão dos alimentos vilões, como café, doces e frituras.”

Mas, se os sintomas aparecerem, é bom ficar atento. Entre eles, além da famosa azia, a dor persistente, a alteração na coloração das fezes, vômitos, despertar no meio da noite por dor ou refluxo em diversos dias da semana. Nestes casos, vale a pena procurar o médico para um diagnóstico preciso. E evitar a automedicação.

“Os remédios para a gastrite não precisam de receitas e isso leva à automedicação. É comum receber pacientes que vivem há anos com os sintomas, controlando-os com medicações sem orientação médica. E eles normalmente dizem que, ao parar com os remédios, os sintomas voltam ainda piores”, ressalta o dr. Lopes.

“A gastrite pode levar a quadros complicados como úlceras, ou assumir caráter crônico que pode levar a doenças como o câncer. O acompanhamento é fundamental para orientar o paciente”, completa.

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