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Várias são as versões do Julgamento de Páris da mitologia grega. Repasso ao leitor uma delas. Páris, filho do rei Príamo de Tróia, foi criado como um simples camponês. Cresceu na vida simples do campo e certa feita ao cuidar das cabras de seu pai adotivo, teve um sonho, no qual apareciam a ele, três deusas: Hera, Atena e Afrodite.

As três ofereciam-lhe seus dotes. Hera ofertou os tronos da Europa e Ásia; Atena, a sabedoria; e Afrodite dar-lhe-ia o amor da mais bela mulher da terra. Entretanto, as ofertas era incondicionais e não cumulativas.

Páris optou pela oferta de Afrodite e escolheu Helena, a mais bela entre as mortais, porém prometida ao futuro rei grego Menelau. Sua opção desencadeou os eventos que levaram à guerra de Tróia e a conseqüente aniquilação do poder e reino troianos, bem como à morte de Páris, de seu irmão Heitor e de seus pais.

A riqueza e beleza dos poemas homéricos nos trazem muitas oportunidades para reflexão. Em verdade, parece-me que a cada dia e a cada decisão, realizamos julgamentos como o de Páris. A ilusão e o deslumbramento nem sempre nos permitem fazer o melhor juízo das coisas. Em que pese possamos ser livres nas nossas escolhas, somos prisioneiros das suas conseqüências.

Destaco Marco Aurélio (em Meditações), por pertinência:
“Se acaso encontrares nessa vida algo melhor do que a justiça, a verdade, a temperança, a coragem, melhor ainda do que o pensamento que a si mesmo basta quando, submisso à razão, fornece o rumo certo de atividade, que com seu destino se conforma ao aceitar a sorte que não escolheu, se, reafirmo, encontrares algo melhor, abraça-te a isso com todas as forças e goza o bem supremo que descobristes (...)
Coloca sua felicidade nas ações de outrem aquele que ama a glória. Aquele que ama o prazer, nas próprias sensações. Aquele que ama a inteligência nas próprias ações põe sua felicidade. (...)”

Boa sorte a (nós) todos.

Londres/RU, 26 de abril de 2009.

José Anastácio de Sousa Aguiar
 

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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