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Análise da Estrutura de Caráter Parte II – A estrutura Oral


O presente texto tem o objetivo de fazer algumas considerações sobre a análise da estrutura de caráter, um dos principais pontos da terapia bioenergética, uma abordagem terapêutica desenvolvida por Alexander Lowen, a partir das teorias e técnicas de Wilhelm Reich.

Pois bem, a estrutura de caráter define o modo como a pessoa lida com a sua necessidade de amar, sua procura de intimidade e proximidade e sua busca de prazer.

As estruturas de caráter são 5: Esquizóide, Oral, Psicopático, Masoquista e Rígido e são formadas em momentos específicos do desenvolvimento infantil e reforçadas a partir de então. A formação obedece a seguinte ordem cronológica a partir da concepção: Esquizóide – antes ou logo após o nascimento; Oral – após o nascimento e até os 2 anos de idade; Psicopático: durante a primeira infância; Masoquista: durante a segunda infância e Rígido: fase genital.

Nesse breve texto, trataremos da estrutura Oral. O caráter Oral tem como fator primordial na sua formação o sentimento de privação vivenciado pela criança no período após o nascimento até cerca de dois anos de idade. A ausência materna sentida confere à criança uma falta de satisfação que leva a psique infantil a se fixar nesse estágio de desenvolvimento.

A fixação do adulto no estágio oral implica em pouca independência, tendência a grudar nos outros, agressividade precária e uma sensação interna de precisar ser carregado, cuidado ou apoiado. Em certas pessoas, esses traços são disfarçados por atitudes compensatórias, que resultam em independência exagerada que não se sustentam em momentos de tensão.

A pessoa de caráter oral sofre de uma sensação de vazio. Procura constantemente os outros para que preencham essa lacuna, embora, por vezes, aja como se fosse autossuficiente. O vazio interno reflete a supressão de sentimentos intensos, de desejos que, caso fossem expressos, resultariam num choro profundo.

Possui baixo nível de energia, em consequência, o indivíduo de caráter oral está sujeito a alternâncias de humor, indo da depressão à elação. A tendência à depressão é característica aos traços orais na personalidade.

Outra característica típica da oralidade é achar que todo mundo lhe deve alguma coisa, podendo manifestar-se pela ideia de que o mundo deve sustentá-lo e deriva diretamente da experiência inicial da privação.

O principal problema dessa estrutura é a cobiça, posto que a sua experiência infantil de privação o desconectou da sua energia primordial. Assim, ele tende a querer apoiar-se na energia de outrem, como mecanismo compensatório de defesa.

Nos próximos textos, destacarei as outras estruturas, bem como alguns aspectos relevantes da Bioenergética.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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