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Colunista Brunno Suênio
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"O PT não terá apoio do Congresso Nacional", afirma Ciro Nogueira

Em um texto dirigido aos eleitores, o senador licenciado analisou a possibilidade da vitória de Lula.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, publicou artigo no O Globo no último domingo (16), tratando das eleições presidenciais deste ano. Em um texto dirigido aos eleitores, o senador licenciado analisa a possibilidade de uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva e adianta: o PT não terá apoio do Congresso Nacional.

Ciro Nogueira afirma que, se a população brasileira reeleger o presidente Jair Bolsonaro (PL), seu segundo governo seria uma continuidade do que já foi iniciado em termos econômicos, com o teto de gastos, o equilíbrio fiscal e as reformas. 

Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoCiro Nogueira
Ciro Nogueira

Para dar continuidade a tais medidas econômicas, segundo o ministro, Bolsonaro conta com apoio do Congresso, ao contrário do candidato do Partido dos Trabalhadores.

“No dia seguinte de um segundo governo Bolsonaro, aprofundaremos essas transformações, que não puderam atingir todos os seus resultados porque tivemos de travar uma guerra de vida e morte contra a pandemia. E Bolsonaro já provou que tem um forte apoio no Congresso. A propósito, o PT teria? Com sua pauta-bomba econômica”, colocou Ciro Nogueira.

Veja artigo na íntegra:

Por Ciro Nogueira

Há um clima de deslumbramento no ar. Euforia, sensação de vitória inevitável, uma certa soberba. Como se o eleitor fosse apenas... um detalhe. Mas sabemos que há um longo caminho até as eleições presidenciais.

E a questão que cada vez mais vai pesar é: na economia, haverá um dia seguinte! Como será?

Se o dia seguinte fosse com o PT, faríamos uma guinada para a Venezuela, para a Argentina ou para a Bolívia — regimes e governos que o PT apoia.

Pelo que o PT vem dizendo, daremos um verdadeiro cavalo de pau e renegaremos o óbvio: numa economia global cada vez mais competitiva, temos, sim, de proteger os nossos trabalhadores, mas a primeira proteção aos trabalhadores é criar empregos.

Não é voltando ao tempo da CLT, de quase um século atrás, que daremos uma resposta para o país.

É isso que significa a mudança? E, a rigor, mudar é a resposta? No dia seguinte, o Brasil vai conviver com uma mudança para pior ou vai querer continuar no rumo certo?

Lula sempre disse que governou para todos. Mas o PT de hoje, ferido, com as marcas do ódio da rejeição que sofreu e ainda sofre, chegaria ao poder com a prudência de 2002? O ódio parece ter vencido a esperança.

Não é possível um debate intelectualmente sério sem considerar que o governo Bolsonaro enfrentou a maior pandemia da História da humanidade. E comparar o desempenho econômico do Brasil ou de qualquer país do mundo com o próprio Brasil fora dessa circunstância é desonesto.

Isso nos coloca a questão central da eleição: qual será o dia seguinte? O dia seguinte de um governo que continuará com a compreensão correta de que não podemos ter um Estado inchado, com estatais que funcionam para seus comissários e não para a população? De um governo que fez o maior programa assistencial da História do país (13 anos do Bolsa Família em apenas um... aceitem, que dói menos) sem aumentar o endividamento?

Um governo que diminuiu a taxa de juros e praticou a menor de todos os tempos da História recente do país? Que aumentou o acesso ao sistema financeiro por meio das fintechs e dos bancos digitais? Que criou um mecanismo como o Pix e transferiu renda diretamente, na veia, para o usuário, o povão, que deixou de pagar altas tarifas bancárias? Um governo que mais do que duplicou o valor do antigo Bolsa Família, agora Auxílio Brasil? Tudo isso sem pedaladas fiscais, sem uso das estatais para cargos políticos?

Qual Brasil teremos no dia seguinte à eleição? O velho Brasil ou um Brasil novo, que foi atropelado por uma pandemia, mas que é tão melhor na sua essência, que ainda assim resistiu e agora tem condições de despontar em todo o seu potencial nos próximos quatro anos?

Alguns do PT podem distorcer essa análise dos fatos e invocar a surrada campanha do “medo”. Como assim? Quem está provocando medo não é o PT? Somos nós que apoiamos regimes antidemocráticos, regulações contra a mídia, guinadas na economia?

O dia seguinte do governo Bolsonaro será o teto de gastos, o equilíbrio fiscal, as reformas que ele já provou ser capaz de fazer e endossa, a liberdade econômica, as privatizações, um governo há três anos sem corrupção e um Banco Central independente.

Tudo isso é o que o PT já disse querer destruir. Pois, no dia seguinte de um segundo governo Bolsonaro, aprofundaremos essas transformações, que não puderam atingir todos os seus resultados porque tivemos de travar uma guerra de vida e morte contra a pandemia. E Bolsonaro já provou que tem um forte apoio no Congresso. A propósito, o PT teria? Com sua pauta-bomba econômica?

O PT usa agora uma “contabilidade criativa” até sobre si mesmo. Quando no poder, Dilma tinha sido a “mãe do PAC”, no Lula 1 e no Lula 2, e presidente no Dilma 1 e no Dilma 2. Ou seja, eram quatro governos Dilma. Agora, Dilma desaparece. Não houve Dilma. O PT é de... Geraldo Alckmin!

Nada melhor que encerrar este artigo inspirado no título do filme que será o que o eleitor brasileiro fará cada vez mais quando chegar a hora: olhe para cima. Ao fazer isso e pensar no dia seguinte da eleição, não optará pelo cometa do PT. A polarização existe, sim. E é na economia. Qual será o dia seguinte?

*Ministro da Casa Civil

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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