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Colunista Brunno Suênio
GP1

Laudo do DHPP revela últimos passos de adolescentes mortos em Teresina

O documento revela que os dois jovens foram assassinados de costas um para o outro, à distância de 2,5m.

Este colunista teve acesso ao laudo do local do crime das mortes dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos. O documento revela que os dois jovens foram assassinados de costas um para o outro, à distância de 2,5m, na fatídica madrugada do dia 13 de novembro de 2021, em uma área rural na zona leste de Teresina.

A conclusão a que os investigadores do DHPP chegaram vai ao encontro do laudo cadavérico extraído pelo Departamento de Polícia Técnico Científica, trazido à tona nesta coluna no último dia 28 de janeiro, que mostrou que os adolescentes foram mortos com tiros transfizantes na nuca, sem qualquer chance de defesa.

Foto: Reprodução/WhatsAppLuian Ribeiro de Oliveira e Anael Natan Colins Souza da Silva
Luian Ribeiro de Oliveira e Anael Natan Colins Souza da Silva

No laudo produzido pelo DHPP, a investigação apontou que depois de terem sido agredidos na residência do advogado Francisco da Chagas Sousa, inclusive, com uma das vítimas tendo os dois membros superiores fraturados, os dois adolescentes foram obrigados, sob a mira de uma pistola glock calibre 9mm, a caminharem em uma estrada vicinal até serem postos de joelhos, de costas a uma distância de 2,5m. O laudo constata ainda que no local havia, pelo menos, a presença de outras duas pessoas, a princípio, já confirmadas: o advogado Guilherme de Carvalho e o próprio empresário João Paulo.

Foto: GP1João Paulo de Carvalho, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas Sousa
João Paulo de Carvalho, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas Sousa

“Analisando minuciosamente a cena do crime, considerando o lapso temporal entre o óbito das vítimas e o dia em que foram encontradas, é possível afirmar que toda a ação praticada no local teve a participação de mais de uma pessoa, tendo-se em vista que em toda a trajetória da estrada carroçal até a cena do crime as vítimas se deslocaram normalmente e, ao chegarem ao local do crime, foram posicionadas de joelho, uma de costa para a outra, de cabeça fletida e a uma distância de 2,5 metros entre si, posição na qual receberam os disparos fatais, após os quais vieram a cair sobre o solo, dali não mais se movimentando, a não ser pela ação eventual de animais”, diz trecho do laudo do local de crime.

Depois de dois dias, os corpos das vítimas foram encontrados, a cerca de 2km de um haras localizado na região.

Novas oitivas

Outras duas testemunhas foram ouvidas nesta semana, a esposa do cunhado de João Paulo e a esposa do advogado Francisco das Chagas. Ela estava na residência quando tudo ocorreu e acionou a Polícia Militar do Piauí. Os dois depoimentos serão anexados ao inquérito policial que deverá ser concluído em até 10 dias, a contar da data das prisões dos três alvos no último dia 08 de fevereiro.

PM foi acionada e esteve na residência do advogado

Diferente do que foi relatado pelos acusados, que afirmaram ter acionado a Polícia Militar, denunciando que os dois adolescentes haviam pulado o muro da residência do advogado Francisco das Chagas, o Comando de Operações Policiais Militares (COPOM) recebeu o chamado da ocorrência e uma viatura esteve no local pouco tempo depois, contrariando a versão dada pelos envolvidos.

Conclusão do inquérito

Encerradas últimas oitivas sobre o caso, o delegado presidente do inquérito, Luiz Guilherme, deverá indiciar os acusados por homicídio qualificado, individualizando a conduta de cada um dos autores do duplo homicídios dos jovens Anael Natan Colins Souza da Silva, 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos. O prazo para entrega do relatório do DHPP ao Ministério Público do Estado se encerra na próxima quinta-feira, 17 de fevereiro.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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