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Teresina - Piauí

Dono do Frango Potiguar é preso novamente acusado de matar adolescentes

Nesta terça também foram presos os advogados Francisco das Chagas e Guilherme de Carvalho.

Lucas Dias/GP1 1 / 8 Dono do Frango Potiguar, João Paulo foi preso pelo DHPP Dono do Frango Potiguar, João Paulo foi preso pelo DHPP
Alef Leão/GP1 2 / 8 Advogado de defesa de João Paulo, Lúcio Tadeu Advogado de defesa de João Paulo, Lúcio Tadeu
Alef Leão/GP1 3 / 8 Delegado Barêtta Delegado Barêtta
Alef Leão/GP1 4 / 8 Empresário João Paulo, dono do Frango Potiguar Empresário João Paulo, dono do Frango Potiguar
Alef Leão/GP1 5 / 8 Coordenador do DHPP, delegado Barêtta Coordenador do DHPP, delegado Barêtta
Alef Leão/GP1 6 / 8 Advogado Lúcio Tadeu Advogado Lúcio Tadeu
Alef Leão/GP1 7 / 8 Empresário João Paulo Empresário João Paulo
Alef Leão/GP1 8 / 8 João Paulo, dono do Frango Potiguar João Paulo, dono do Frango Potiguar

O empresário João Paulo de Carvalho Rodrigues foi preso novamente na manhã desta terça-feira (08), acusado de participar do assassinato dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, encontrados mortos às margens da PI 112 em novembro de 2021.

Na manhã de hoje também foram presos os advogados Francisco das Chagas Sousa e Guilherme de Carvalho Gonçalves Sousa, tio e primo de João Paulo. Eles foram presos na casa deles, na zona leste de Teresina. Já João Paulo foi preso no escritório do seu advogado de defesa, Lúcio Tadeu.

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Em entrevista do GP1, o delegado Barêtta, coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que foram cumpridos três mandados de prisão contra o empresário João Paulo e os advogados Francisco das Chagas e Guilherme de Carvalho. "Foram expedidos três mandados de prisão, estamos fazendo isso com muita responsabilidade. Os indícios mostram a participação de cada um no crime. O delegado de polícia vai individualizar a conduta de cada um na prática do crime", ressaltou o delegado Barêtta.

O coordenador do DHPP ressaltou ainda que os acusados devem responder por homicídio triplamente qualificado. "Eu disse e afirmei que esse crime não ficaria impune e aqui nós costumamos investigar para prender e não prender para investigar e assim estamos procedendo. Diligências estão sendo realizadas pela equipe do DHPP e tudo dentro do que manda os parâmetros da lei, com toda aquela rigorosidade que uma ação policial requer. Todos vão responder. O artigo 29 do código penal é muito claro, ele fala de quem concorre para a prática do crime. Nós temos um crime de duplo homicídio com as qualificadoras, nós temos o cárcere privado, nós temos ocultação de cadáver e nós temos fraude processual", explicou Barêtta.

Advogado de defesa nega participação do advogado Francisco das Chagas

O advogado de defesa dos três investigados, Lúcio Tadeu, confirmou a participação de João Paulo e Guilherme de Carvalho no duplo assassinato, mas negou que Francisco das Chagas tenha ajudado os dois no dia do crime. "Eu vou esperar o delegado me apresentar os elementos do inquérito. Houve uma apresentação espontânea do João Paulo. Ele que procurou a polícia para se apresentar, não teve fuga. Foi só o João Paulo e o Guilherme [que praticaram o crime], ninguém mais. Dr. Francisco não teve participação nenhuma. Se ele assumiu no primeiro momento foi porque ele está doente, doença grave, então ele ficou com medo e de certa forma queria proteger o filho e o afilhado, mas não teve participação dele e nem do Amauri [cunhado]. Tudo se dá entre Guilherme e João Paulo, a história é essa. Tem uma arma [utilizada no crime] e eles vão dizer onde está a arma. Foi cumprido mandado de busca e apreensão e o que tinha que ser recolhido foi recolhido", garantiu o advogado.

Advogado Francisco das Chagas Sousa disse ter agido sozinho

Segundo o delegado geral Luccy Keiko, o advogado Francisco das Chagas Sousa alegou em depoimento que praticou o crime sozinho, sem a ajuda de terceiros. “Esse tio assume a autoria do homicídio, é um indivíduo de aproximadamente 60 anos, aparentemente idoso, disse que realmente matou os menores, foi ouvido, chorou, foi interrogado e confessou o crime. Ele está assumindo a responsabilidade de ter feito só, de ter tomado a decisão sozinho. Esse crime é um crime complexo com poucas testemunhas em razão do horário em que as vítimas foram executadas. Então nós temos ainda muito a fazer, principalmente para saber se todos os indivíduos que se encontravam na casa onde os menores foram presos por esse tio do empresário, se todos esses que se encontravam na residência, foram ao local onde eles foram executados”, explicou o delegado geral.

Cunhado afirma que dono do Frango Potiguar e primo executaram adolescentes

Amauri Mendes Freitas, cunhado do dono do Frango Potiguar, João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, procurou o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa – DHPP –, e em depoimento gravado em áudio e vídeo, narrou que seu cunhado, o empresário João Paulo e o primo, o advogado Guilherme de Carvalho, são os responsáveis pela execução dos jovens. Segundo depoimento, o empresário e o advogado foram até o local onde os adolescentes foram assassinados, inclusive, ele relatou que João Paulo conduziu o veículo a todo momento, colocando por terra a versão alinhada do empresário João Paulo, do advogado Guilherme e do servidor público Francisco das Chagas Sousa, que havia assumido a autoria do crime.

Jovens foram torturados e mortos de joelhos

O laudo cadavérico dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva e Luian Ribeiro de Oliveira revela com riqueza de detalhes que as duas vítimas foram torturadas, colocadas de joelhos e mortas com disparo de arma de fogo na nuca, à queima roupa.

Logo após terem sido localizados na zona rural leste de Teresina, os corpos dos dois adolescentes passaram por exames no Instituto de Medicina Legal (IML), às 17h30 do dia 15 de novembro de 2021.

Foto: Reprodução/WhatsAppLuian Ribeiro de Oliveira e Anael Natan Colins Souza da Silva
Luian Ribeiro de Oliveira e Anael Natan Colins Souza da Silva

No laudo da primeira vítima, Luian Ribeiro de Oliveira, o exame constatou um tiro de entrada localizado em região da nuca à esquerda, onde formou-se um cone com base maior na porção interna do osso. Já o tiro de saída encontra-se em porção parietal direita, sendo observado na porção externa do osso. “Também se infere que a morte se deu com requinte de crueldade, compatível com execução do indivíduo de joelhos, com cabeça fletida [posicionada para baixo] e disparo por arma de fogo efetuado na região craniana, a curta distância”, diz trecho do laudo.

O laudo da segunda vítima, Anael Natan Colins Souza da Silva, repetiu o mesmo resultado obtido no exame realizado em Luian, portanto, executado em posição de joelhos, com requinte de crueldade.

Vestígios de sangue

Uma informação nova, anexada recentemente ao bojo do inquérito, é que foram encontrados vestígios de sangue no veículo de propriedade do empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, uma Mitsubishi L200 Triton, de cor prata, que chegou a ser apreendida durante o cumprimento de ordem judicial na última terça-feira (25) pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa – DHPP.

Os resultados dos exames já conhecidos pela autoridade policial e demais requisições feitas ao Instituto de Criminalística vão apontar toda a dinâmica do crime, desde o momento em que as vítimas foram abordadas pelos acusados até o instante em que foram assassinadas, sem pairar dúvidas quanto a individualização da conduta de cada um dos alvos da investigação postos até momento: o advogado Francisco das Chagas Sousa, de 70 anos, seu filho, o também advogado Guilherme de Carvalho Goncalves Sousa, além do empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues e seu cunhado, que também foi chamado até a residência no dia do crime.

O desaparecimento

Os familiares dos garotos chegaram a pedir ajuda ao GP1 a fim de localizar os meninos, que desapareceram na madrugada do dia 13 de novembro. Os corpos dos adolescentes Luian Oliveira e Anael Natan foram encontrados no dia 15 de novembro de 2021 em estado de decomposição no KM 12 da rodovia PI 112, próximo ao Povoado Anajás, zona rural leste de Teresina.

Segundo relatos da mãe de Anael, Gilmara Sousa, os rapazes eram amigos, moravam no Planalto Uruguai, zona leste da capital, e costumavam sair juntos. No último dia em que foram vistos, eles saíram em uma motocicleta para o bar Skina do Caranguejo, depois seguiram para o Depósito Mais, na Avenida Dom Severino, e teriam ido a um sítio, onde estava acontecendo uma festa. Desde então eles não foram mais vistos.

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