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Colunista Feitosa Costa
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CNJ investiga participação de juíza em adoções suspeitas de seis crianças no interior do Piauí


A Corregedoria do Tribunal de Justiça do Piauí, acionada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), promove uma investigação em Nossa Senhora dos Remédios – localizada a 170 km de Teresina, norte do Estado, para esclarecer em que circunstâncias foram homologadas as adoções de cerca de seis crianças de mães muito pobres, todas para casais residentes na cidade de Americana, no interior do Estado de São Paulo.

A investigação foi determinada depois da exibição no programa Repórter 10, da TV Antena 10, reprisada na edição de ontem do "Balanço Geral", da mesma emissora, na qual são mostrados depoimentos de mães carentes, muitos jovens, que deram seus filhos para adoção quando ainda estavam nos últimos meses de gestação.

Essas jovens mães aparecem dizendo que foram procuradas, quando ainda estavam no final da gravidez, por uma mulher de nome Ivone, perguntando se não queriam que seus filhos fossem adotados por pessoas em condições financeiras de criá-los. Depois de concordarem, segundo os próprios depoimentos, foram levadas à presença da então juíza de Nossa Senhora dos Remédios, Lisabeth Marchet, que autorizou as adoções.

Num dos depoimentos, uma jovem mãe de nome Eliane chega a revelar que a juíza foi pessoalmente à sua residência, localizada às margens da estrada entre Nossa Senhora dos Remédios e Porto para incentivá-la a dar a criança para um casal de Americana. A família de outra jovem mãe diz que a moça chegou a ser trazida para receber assistência em Teresina e fazer o parto e daqui mesmo a criança foi levada para São Paulo.

A juíza afirmou, quando procurada na época em que a reportagem foi levantada, que todos os procedimentos legais foram adotados, visando acima de tudo o bem estar das crianças. Demonstrou também preocupação com políticos da região contra os quais teve de tomar providência, há cerca de seis anos, e que teriam prometido vingança contra ela.

Em algumas adoções existe o parecer francamente favorável do Ministério Público Estadual.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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