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A bancada do PSDB pode até votar unida, hoje, na emenda que prorroga a CPMF até 2011. Mas, indiscutivelmente, o partido chega rachado ao plenário do Senado. Na reunião de ontem à noite, no gabinete do presidente do partido, Sérgio Guerra, isso ficou muito claro depois que um grupo propôs acordo com o Palácio do Planalto em torno da proposta de destinar a totalidade dos recursos arrecadados para a área de saúde - vale dizer, uma proposta levantada por outro tucano, o governador de São Paulo, José Serra. Mas outro, comandado pelo líder da bancada, Arthur Virgílio, não aceitou. Virgílio ameaçou deixar a liderança do partido caso a decisão fosse a de aprovar a CPMF. Outros senadores, como Álvaro Dias (PR), ameaçaram, até, deixar a legenda. Este foi o resultado para o partido depois de uma reunião de mais de três horas com 11 de seus 13 senadores - e também depois de quatro meses de discussão sobre a CPMF. O racha no partido começou com os governadores pregando um entendimento com o governo Lula pela aprovação da prorrogação da CPMF, enquanto a bancada preferia uma linha de firme oposição ao Palácio do Planalto. Com o passar do tempo e chegando perto da votação, alguns senadores - como os goianos Marcone Perillo e Lúcia Vânia e também o mineiro Eduardo Azeredo - começaram a defender, apenas internamente, a abertura de diálogo com o governo.Ex-ministro da Saúde, o governador de São Paulo, José Serra, acha importante manter o "imposto do cheque" e nem gosta da idéia de redução gradual da alíquota. Para alguns, isso porque ele sonha com o cargo de Lula e não gostaria de perder arrecadação, caso chegue à presidência da República. Nos últimos dias, ele foi incansável em telefonemas para senadores, atuando, basicamente, nos bastidores.Na tarde de ontem, partiu do próprio Serra a idéia de destinar a totalidade dos recursos para a saúde, uma proposta feita aos tucanos que, se vingasse, seria levada ao Palácio do Planalto. Foi ali que as diferenças no PSDB ficaram expostas. Arthur Virgílio, sempre o mais contundente, avisou que não teria como recuar. Afinal, meia hora antes, ele havia provocado o colega Pedro Simon, que declarara voto contra a CPMF, mas estava cedendo aos apelos do governo federal e da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius.Líder da bancada do PSDB no Senado há cinco anos, Virgílio viu o descompasso de seu discurso com o tom da bancada.Cristina Lobo é colunista do G1

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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