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O peso do atacante Ronaldo já foi o principal assunto nacional. Na Copa de 2006, ele se apresentou com 95 kg distribuídos por seus 1,84 m de altura. Ou seja, gordo. Principalmente para um atleta de alto nível. Fato que causou polêmica até com o presidente Lula.

Para quem não se lembra, o corintiano Lula perguntou a Parreira se Ronaldo estava gordo. Magoado, o jogador deu resposta atravessada, via imprensa: "Todo mundo diz que ele bebe pra caramba. Tanto é mentira que eu sou gordo como deve ser mentira que ele bebe pra caramba."

Mais até do que na época da Copa, Lula deve estar preocupado se Ronaldo está gordo agora, já que ele vai jogar no Corinthians.

Mas ninguém tem falado muito sobre o peso do atacante. Talvez porque em primeiro lugar seja necessário ter certeza de que seu joelho esquerdo, operado em fevereiro e ainda não totalmente recuperado, vá segurar a bronca (e o peso, no fim das contas).

O fato é que a balança, tanto quanto a fiel torcida, deve servir como fiel da balança na relação entre Ronaldo e o Corinthians.

Trocadilhos infames à parte, o histórico do atleta não permite que eu duvide de suas chances de mais uma vez dar a volta por cima.

E quando digo dar a volta por cima quero dizer voltar a jogar como na temporada passada, no Milan. Isso mesmo, o Ronaldo três vezes melhor do mundo acabou. O artilheiro da Copa-2002 também ficou para trás. E o Ronaldo das arrancadas no Barcelona não volta nunca mais.

Um monte de gente já disse que se ele jogar 30 ou 40% do que já jogou está excelente. Isso é mais ou menos o que ele fez em sua passagem pelo Milan.

No pouco tempo que ficou no time italiano, entre o começo de 2007 e o início de 2008, ele jogou poucas vezes, mas quando entrou em campo jogou muito bem. E por muito bem entenda-se uns 30% do que jogava antigamente, nos bons tempos.

Ronaldo fez 20 jogos pelo Milan e marcou nove gols. Não é uma média extraordinária e não é uma média pífia. Se considerarmos que o futebol italiano tem defesas bastante fechadas, a média pode ser considerada boa.

Nos nove gols marcados, ele usou um repertório variadíssimo de jogadas. Marcou três vezes de pé direito e três de esquerdo, sendo alguns belos chutes de fora da área e outros de puro oportunismo dentro da área. Marcou também de cabeça, de pênalti e até de peito.

Além disso, deu assistências, se movimentou bastante, enfim, jogou bem.

O grande problema foi justamente o que assusta agora. Ele não conseguia entrar em campo seguidamente por problemas físicos, um monte de lesões musculares.

O grande desafio de Ronaldo e do Corinthians, portanto, é conseguir fazer com de fato ele jogue. Porque jogar bem, como no Milan, repito, é certo que ele pode.

E, como disse o Vampeta, velho parceiro de Ronaldo no PSV, na Inter de Milão e na seleção, mesmo com uma perna só ele é melhor que a maioria por aí.

Eduardo Vieira da Costa, editor, folha online

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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