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Os sais minerais desempenham funções vitais em nosso corpo: ajudam a manter o equilíbrio de fluidos, controlar a contração muscular, carregar oxigênio para a musculatura e regular o metabolismo energético. O zinco desempenha um papel importante na manutenção do metabolismo, mas essa importância pode passar despercebida.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 33% da população mundial sofre de carência de zinco. No entanto, esse mineral encontra-se em praticamente todas as células do nosso organismo, principalmente nos ossos, olhos, fígado, próstata e testículos. É componente essencial de muitas das enzimas que promovem as reações químicas necessárias ao bom funcionamento do organismo.

O zinco acelera a cicatrização de lesões, fortalece o sistema imunológico e participa na síntese do DNA. Durante a gravidez, infância e adolescência, desempenha um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento.

Novos estudos, baseados nas planilhas nacionais de equilíbrio alimentar da Organização de Alimentos e Agricultura (FAO) das Nações Unidas, sugerem que quase a metade das pessoas no mundo, especialmente aquelas nos países mais pobres do Sul e Sudeste da Ásia e da África, têm insuficiência de zinco na sua dieta alimentar.

A falta do micronutriente pode estar relacionada ao consumo exagerado de cereais refinados e pão não-fermentado, alimentos que contêm substâncias químicas que reduzem a absorção de zinco, como os fosfatos e o ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA), usado como conservante. Também contribuem para o déficit o uso de anticoncepcionais orais e corticosteróides.

Os grupos populacionais especialmente sujeitos a riscos da deficiência de zinco são grávidas e lactantes, crianças e adolescentes, idosos, pessoas que realizam trabalho físico pesado, diabéticos, alcoólatras, fumantes e pacientes com lesões graves. A ausência do nutriente no organismo se manifesta, a princípio, por meio de manchas brancas nas unhas, pele áspera e cabelos opacos. Sua falta pode gerar retardo no crescimento, comprometimento da função mental e do sistema imunológico, dermatite e malformação fetal.

Como o selênio, manganês e outros minerais, o zinco é antioxidante e, associado à vitamina C, participa da formação de substâncias que protegem as células contra os radicais livres. Essas moléculas estão relacionadas a problemas que vão desde a arteriosclerose (acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias) à formação de tumores, passando por diabete, obesidade e Alzheimer.

A dosagem ideal de zinco é de 11 miligramas diários para os homens e oito para as mulheres. Como o organismo não produz zinco, ele depende de fontes externas para seu suprimento. Ingerir essa quantidade não é tão difícil assim, já que a alimentação contribui para a recepção do nutriente. O cardápio farto em zinco inclui peixes e mariscos, carne, cereais integrais e sementes.

O zinco é utilizado para proteger e curar também fora da mesa. Há quantidades do mineral em cremes e loções que protegem dos raios ultravioletas, tratam queimaduras solares, previnem assaduras e ajudam a diminuir a quantidade de acne, caspa e herpes simples.

Apesar de saudável, o zinco não pode ser ingerido indiscriminadamente, por meio de suplementos alimentares, em especial sem prescrição médica. O excesso do nutriente causa alterações na ação do cobre e do ferro, o que acarreta os problemas característicos de suas deficiências, como anemia. Por esse motivo, os especialistas concordam que a melhor maneira de ingerir vitaminas e minerais é por meio dos alimentos, até para evitar o risco de consumir doses exageradas do nutriente.

Assim, o modo mais correto de ingerir as quantidades adequadas do mineral é por meio do consumo de alimentos que receberam micronutrientes, entre os quais o óxido de zinco, como componentes de fertilizantes, no caso dos vegetais e cereais, e na ração e pastagem que alimentam gado e outros fornecedores de proteína animal.

*Carolina de Barros Aires é engenheira química da Votorantim Metais, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pós-graduada em Qualidade, Segurança e Meio Ambiente pela Universidade Otto von Guericke, em Magdeburg, Alemanha

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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