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O Congresso Nacional tem que examinar com muita atenção essa questão do pré-sal. O governo está com muita sede para cunhar o seu nome e encabeçar a sua campanha política ao Planalto.

Um assunto dessa magnitude não pode ser analisado açodadamente por parlamentares. Consultar especialistas apolíticos sobre a matéria com estudos profundos demandará tempo e é necessário. É muito dinheiro a ser investido (U$ 111 bi) numa empreitada que não se tem a devida segurança de retorno do capital aplicado. Por que criar outra empresa? Para o governo alocar os seus apaniguados nos postos-chaves e, quem sabe, até o Lula, após a eleição, vir a ser o seu presidente? A lógica recomenda que o pré-sal deveria ser uma extensão das atividades desempenhadas pela Petrobras. Logo, não haveria necessidade de uma nova empresa.

Tanto se fala na necessidade de descobertas de fontes de energias alternativas puras, pelas óbvias razões ambientais do planeta, e o Brasil parte para uma exploração das muitas que até hoje só comprometeram a vida aqui na Terra? País como o Brasil sempre condenou potências como os Estados Unidos da América pela emissão de gases de suas indústrias, mas demonstra cometer os mesmos erros de outros países ao se lançar ao pré-sal, e tudo pela ganância da exploração lucrativa.

Há muita apelação demagógica, para enganar incautos, na constituição de fundo específico do pré-sal para combater a pobreza. Trata-se, na verdade, apenas de uma forma especiosa para cativar o apoio popular ao projeto. Assim como a CPMF, criada por lei federal, não canalizou o total de seus recursos para a saúde, da mesma forma o suposto fundo de pobreza do pré-sal não atenderá a sua finalidade.

Eu comparo, guardadas as devidas proporções, a exploração dessa fonte suja de energia (pré-sal) com o volumoso dinheiro arrecadado com a exploração do tabaco, que mata tanta gente diariamente no mundo. É um dinheiro poluente que não nos interessa. E deveríamos servir de exemplo para o mundo cooperando com o oxigênio de nossa combalida vida aqui na Terra. Em vez de evoluirmos com a preservação do meio ambiente, preferimos continuar a degradá-lo, sob pretextos ensandecidos da exploração comercial, quando temos fontes alternativas renováveis de energia no Brasil para explorar comercialmente.

É muito dinheiro a ser jogado numa loteria de longo prazo, que poderá não dar certo, quando melhor seria aplicar esses recursos em educação, que - com certeza - traria retornos positivos ao País.

*Julio César Cardoso, bacharel em direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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