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Imagem: Diário do PovoClique para ampliarWilson Martins em entrevista coletiva(Imagem:Diário do Povo)Wilson Martins em entrevista coletiva
Na primeira entrevista coletiva após sua reeleição, o governador Wilson Martins fez ontem declarações dignas de um oposicionista. Ele anunciou que em seu primeiro ato de governo fará uma reforma administrativa, reduzindo o tamanho da máquina (hoje são mais de 40 secretarias ou órgãos equiparados). A reforma cuidará da extinção e fusão de órgãos estaduais, especialmente daqueles que têm superposição de funções.

Ao longo da campanha eleitoral, nos debates com o ex-prefeito Sílvio Mendes, candidato derrotado ao governo, o governador ensinava geografia do Piauí ao adversário, em tom de ironia, pelo fato de o tucano não conhecer todos os municípios do Estado. Pelo visto, aprendeu com ele sobre administração pública, pois as mudanças anunciadas ontem eram bandeiras levantadas pelo oposicionista.

O governador disse que até dezembro enviará à Assembleia Legislativa o projeto de lei propondo a sua reforma administrativa. Até lá uma equipe vai cuidar do projeto. A última palavra sobre as mudanças será dada pelo governador. Wilson informou que o novo secretariado será anunciado após o Natal. É um sinal de que ele pretende fazer mudanças na equipe e não quer estragar a ceia natalina dos atuais secretários.

Além disso, o governador garantiu que a escolha da equipe será técnica. "Não haverá ingerência política. O escolhido pode ser até político, mas será um técnico da área e que conheça e tenha vocação para o trabalho", avisou. Eis outro ponto que ele aproveita do banco de propostas de seu adversário. Reiteradas vezes, Sílvio disse que, em seu governo, as Secretarias não seriam transformadas em trampolim político.

Resta saber se o governador terá mesmo as condições políticas para promover as mudanças que idealiza para a estrutura administrativa do Estado e também a substituição de secretários. Como se sabe, ele assumiu o governo, no dia 1º de abril, sem poder alterar nada. Substituiu o governador que renunciou e já foi entrando na campanha, como candidato. O que cabe a um governador nestas condições: apenas fazer concessões.

Para se eleger, Wilson teve que fazer acordos políticos os mais elásticos, que deverão ser cumpridos a partir de janeiro. As alianças que asseguraram a sua eleição passaram, inclusive, pela reaglutinação do blocão governista, com a volta do PTB, PDT e PP ao seio da "base". É pouco provável que tal reconciliação tenha ocorrido apenas em nome do "projeto". De todo modo, não custa aguardar os fatos.

*Zózimo Tavares é editor chefe do Jornal Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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