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Wilson Martins foi dormir governador e candidato da "base" à sucessão do governador Wellington Dias


João Vicente vira o jogo

*Zózimo Tavares


O vice-governador Wilson Martins foi dormir governador e candidato da “base” à sucessão do governador Wellington Dias, na noite de quarta-feira, e acordou ontem sem ser nem uma coisa nem a outra. Além do vice-governador, todos os partidos do blocão governista, à exceção do PTB, estavam certos do destino político do vice-governador.

Bastou, porém, uma curta e grossa conversa de pé-de-ouvido do senador João Vicente Claudino com o governador Wellington Dias e a sucessão estadual virou de ponta-cabeça. O que o senador e o governador conversaram só os dois sabem. Mas foi uma conversa de impacto, que mudou completamente os rumos da sucessão estadual.

Do encontro entre João Vicente e Wellington sabe-se, apenas, que prevaleceu a tese do senador de adiar para junho a decisão sobre a escolha do candidato da “base”, com o governador permanecendo no cargo. O senador era contra essa tese, mas curiosamente a ela se apegou na última hora, quando ficou sem terra nos pés.

Até aí, como se sabe, João Vicente estava fora da sucessão como candidato do governo. Essa candidatura era de Wilson Martins. Ontem, porém, o governador chamou, um a um, em sua casa, os líderes da coligação governista e anunciou que ficará no governo, para comandar a sua sucessão, já que não conseguiu o consenso em torno de um nome.

Ele anunciou que indicará um candidato. Seguramente, esse candidato será do PT. Não faz sentido o governador ficar no mandato até o fim para apoiar um candidato de outro partido. Já que o PT não terá candidato a senador, ficará também sem candidato a governador? Mas, dependendo de quem seja o candidato, João Vicente ressurgirá lá na frente como o mais forte.

Em meio a essa reviravolta, apenas uma certeza: foi o próprio governador quem arrastou o blocão governista a essa crise, na medida em que não revelou, na hora apropriada, o nome de seu candidato e tentou ficar fazendo jogo de cena. Se tivesse seguido o exemplo do presidente Lula, a “base” poderia não estar completamente pacificada, mas certamente já haveria se fixado majoritariamente no nome de um candidato.

*Zózimo Tavares é jornalista e editor do jornal Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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