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É impressionante saber que o PT gaúcho não gosta de conviver com as finanças estaduais zeradas. Só pode ser birra política mesquinha de partido despeitado com o sucesso técnico da governadora Yeda Crusius. Vejam o que disse o deputado estadual petista Elvino Boh Gass: "Jamais teremos acordo que o déficit zero é bom para o povo gaúcho. Ele significa mais déficit de saúde, educação e segurança. Por isso nossa educação vem piorando em relação aos outros estados".

Eu nunca assisti a nenhum comentário positivo do PT em relação a qualquer medida construtiva ou satisfatória vinda de outro segmento partidário. Por quê? Este é o grande erro do PT. Todos os partidos e representantes políticos erram e acertam. Mas o PT só vê defeito nos outros e se considera o dono da vestal. Falei alguma inverdade? Por maiores defeitos que tenha a governadora gaúcha, e quem não os tem (?), em apenas quatro anos de governo conseguiu, sob chuva ácida do PT, sanear as finanças do Estado, que estavam com um buraco profundo de décadas, deixado por seus antecessores. Por que o governo Olívio Dutra não deixou as finanças estaduais em dia, e por teimosia cometeu o grande erro de deixar a Ford ir para a Bahia do falecido Antônio Carlos Magalhães?

Quanto à educação gaúcha. Mas a educação gaúcha vai mal por causa somente do governo atual? Devagar com o andor... Qual foi o trabalho realizado e legado pelo governo Olívio, no plano salarial e educacional, que foi desmantelado pelos governos posteriores? Não é somente a educação gaúcha que vai mal. É a educação como um todo no Brasil. Por que os governos federais, principalmente, deixam de investir prioritariamente em educação? A educação deveria ser a principal preocupação dos governantes.

Qual o Estado brasileiro, pós-goveno militar, que remunera condignamente o seu professor e investiu em saneamento básico escolar ou conferiu uma escola pública de alta qualidade. Respondo: nenhum. Então, falar que o Rio Grande do Sul regrediu em educação com o atual governo, com todo respeito, é uma grande falácia. O Brasil todo regrediu em educação.
Quando o Brasil se preocupa com Universidade para todos e cotas raciais, deveria primeiro refundar a escola pública, com excelência de qualidade, infraestrutura, e remunerar dignamente todos os professores, inclusive aqueles localizados nos rincões mais longínquos das selvas brasileiras.

Por questões de ideologias políticas, não se pode pretender criticar uma gestão governamental local, quando o problema crônico educacional atravessa, sem soluções positivas, governos federais, estaduais e municipais.

*Julio César Cardoso/Bacharel em Direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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