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Zózimo Tavares (*)

O governador Wilson Martins surpreendeu ontem ao vetar um nome indicado pelo PT para a Secretaria da Ação Social e Cidadania (Sasc). Ele solicitou ao Partido dos Trabalhadores uma lista tríplice para, a partir dela, ele escolher o substituto do suplente de deputado João de Deus, que foi convocado para a Assembleia Legislativa.

O governador fez a exigência depois de o partido passar dias e dias discutindo que nome deveria indicar para a Sasc. A escolha recaiu justamente sobre o ex-diretor do Emater, Francisco Guedes, também ex-diretor do Interpi. A atitude do governador deixou o PT desnorteado, pois até agora ele não pediu lista tríplice a nenhum dos outros partidos aliados.
Guedes foi candidato a deputado estadual, na eleição passada, e obteve 11 mil votos. É um petista que desfruta de largo prestígio no partido, especialmente junto ao senador Wellington Dias. Agrônomo, é um pesquisador com doutorado em sua área de atuação profissional. Capacidade técnica ele tem para dirigir a Sasc.

Além de ocupar cargos importantes nos dois governos de Wellington Dias, ele foi presidente da Codevasf , a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba, no primeiro governo Lula. Esse mesmo cargo o governador está reivindicando agora para seu irmão, Rubens Martins, atual secretário de Desenvolvimento Rural.

Há dias, desde quando foi dada como certa a volta de João de Deus para a Assembleia, como suplente convocado, o nome de Guedes vem sendo cogitado para a Sasc. Se ele não era de seu agrado, por que o governador Wilson Martins não fez chegar ao PT que não gostaria de ter Guedes em sua equipe?

Só agora, depois que o PT chega a uma conclusão e indica o nome de Guedes, o governador inova com o pedido de lista tríplice, criando um mal-estar em sua relação com os petistas. Por que tal exigência é feita só para o PT? E por que ela aparece justamente na vez de Guedes e só para ele?

O PT, apesar de ser um aliado disciplinado, terá nervos para aguentar de cabeça baixa a humilhação que Wilson impõe não apenas a Francisco Guedes, mas a todo o partido.

(*) Editor-chefe do Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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