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*Gilberto da Paixão

Ultimamente, alguns dirigentes petistas têm realizado debate sobre qual o melhor caminho a ser adotado pelo Partido nas eleições municipais de 2012. Quero me alinhar com a posição do companheiro Machado, no artigo A caminhada do PT ruma a 2014, fazendo uma discussão transparente, sem subterfúgios e sem falso radicalismo. O PT do Piauí foi vitorioso nas eleições estaduais de 2002 e 2006, com Wellington Dias candidato a governador. No mesmo período, aumentou sua bancada de deputados estaduais e sua votação para a Câmara Federal. Surpreendentemente, foi nessa época que tivemos os nossos piores desempenhos nas eleições municipais de Teresina, em 2004, quando amargamos um quarto lugar, e em 2008, quando Sílvio Mendes (PSDB) foi eleito logo no primeiro turno com mais de 70% dos votos válidos.

Em 2010, o PT não lançou candidato a governador, apoiando a reeleição de Wilson Martins (PSB). Embora muitos petistas avaliem que o ideal seria a candidatura própria, a verdade é que o PT não construiu isso. Em parte por dificuldades políticas e estruturais, em parte porque a direção estadual abdicou de sua condição dirigente e delegou a apenas uma pessoa, o então governador Wellington Dias, a tarefa de fazer tal construção. Ao contrário, saímos das eleições de 2010 eleitoralmente com o mesmo peso de 2006, e politicamente mais frágeis. E diferentemente de 2004 e 2008, enfrentaremos as eleições de 2012 sem um petista à frente do Governo Estadual. O PT do Piauí e, conseqüentemente, de Teresina, encontra-se agora em posição defensiva. É um momento para avaliarmos os erros cometidos e planejarmos o futuro.

A nosso ver, somente duas táticas podem nos retirar desse isolamento. A primeira é apostar na candidatura própria capaz de unificar o Partido e empolgar a militância, lançando Wellington Dias como candidato a prefeito da capital, o que encontraria eco junto à população teresinense, que, em sua ampla maioria, aprova os dois mandatos dele como governador. Há dois obstáculos para essa tática. Um é a incerteza se seria compreendida pelos teresinenses a atitude de renunciar ao mandato de senador ainda no segundo ano para disputar uma eleição municipal. O outro é o fato de Wellington Dias ser o nome do PT para concorrer ao cargo de governador nas eleições estaduais de 2014.

Essa discussão não pode paralisar o Partido, como em 2010. O projeto coletivo do PT não deve ficar refém de opções e projetos pessoais. Se formos optar pela candidatura de Wellington Dias é preciso que seja agora para que se façam as movimentações necessárias para viabilizá-la. Caso esta estratégia não vingue, é preciso que tenhamos tempo para construir uma alternativa. Sem Wellington Dias, não enxergamos potencial em outra candidatura do PT na capital. E a nossa tática deva ser outra: priorizar a eleição proporcional, para aumentar nossa bancada de dois para cinco vereadores, e construir uma aliança que garanta nossa presença na chapa majoritária e aponte para um compromisso de apoio mútuo em outros municípios do estado e para 2014. Em nosso entendimento, é possível construirmos esse acordo com o prefeito Elmano Férrer, do PTB, Partido do Senador João Vicente, aliado do PT desde 2002 e eleito em 2006 com o apoio dos petistas, e que compôs o governo nos dois mandatos de Wellington Dias.

Construindo essa aliança, apoiando a reeleição de Elmano Férrer com um vice-prefeito do PT, estaríamos com um movimento: a) voltando ao protagonismo da cena política, retirando o PT do isolamento em que se encontra; b) dificultando o retorno à Prefeitura de Teresina do tucanato (esse sim, nosso mais forte e evidente adversário); c) aumentando nossa representação institucional na capital e no interior; d) iniciando a reconstrução da base política que nos garantiu as vitórias de 2002 e 2006; e e) construindo apoios para 2014. Por fim, ratifico plenamente o pensamento do companheiro Machado: “um passo atrás, para dar um salto à frente”.

*Gilberto da Paixão Fonseca é membro da Executiva Municipal do PT de Teresina

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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