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*Zé da Cruz
Imagem: Divulgação / GP1Zé da Cruz poeta e liderança comunitária(Imagem:Divulgação / GP1)Zé da Cruz poeta e liderança comunitária
“Eu tava triste, tristinho, mais sem graça que a top model magrela na passarela. Eu tava só, sozinho, mais solitário que o paulistano e o canastrão na hora que cai o pano”... Tem dia que você fica injuriado, que não tá afim de papo com ninguém, e que só tá a fim de discutir a sua relação consigo mesmo e começa um monologo reflexivo:será se vale a pena tudo que você tem feito de bom as pessoas que muitas vezes não reconhecem e lhe jogam os pés em uma ingratidão constante? E você mais uma vez entrega pra Deus e lembra Pessoa: “tudo vale a pena se alma não é pequena”, e exercita a paciência, coisa muito rara na sociedade contemporânea.

Quero aqui, como diz o cabôco, começar pelo começo. Minha mãe sempre diz que quem se dispõe a ser público tem que trazer o saco de dar e o de receber, e que sua responsabilidade é muito maior que a de outras pessoas, por isso não vou tá aqui me maldizendo pra vocês. Tenho é que agradecer o carinho dos que me elogiam, o carinho e a coragem dos que me criticam mesmo às vezes sendo injustos. Como diz um velho ditado quem não pode com o pote não pega na rudia. Pois bem, não posso negar que Teresina vem mal das pernas, vem há muito tempo andando em cadeira de rodas, queimando que nem fogo de monturo. Sabemos que o governo é impessoal, mas precisamos saber também a que veio essa nova gestão.

Sei que o tempo de casa é pouco, mas algumas coisas já poderiam ter sido feitas, a começar pelos buracos, crateras, fosso, alagamentos nas ruas e avenidas da cidade. É vergonhoso você dirigir um carro, moto, bicicleta ou mesmo andar a pé sem se defrontar com um buraco feito pelo desgaste natural ou provocado pelas chuvas que provocam crateras enormes muitas vezes sinalizadas pelos passantes, acredito eu em solidariedade aos motoristas, pra não haver tragédias maiores.

Esses dias vi na rua do telégrafo, onde arrebentou uma galeria, os moradores do Parque Afonso Gil colocarem um colchão velho pra tapar o buraco, e com isso ingenuamente tentar evitar que caísse dentro um carro, moto, bicicleta, passante ou uma criança. É mole ou quer mais? As avenidas de que falo é a Miguel Rosa, Frei Serafim, Barão de Gurguéia, Pires de Castro, Coelho de Rezende, Wall Ferraz. Não vou falar nem das ruas dos bairros porque essas são culturais estarem esburacadas. O engarrafamento nas vias centrais é um caos, nem precisa ser nos horários de pico. Não existe nenhum tipo de fiscalização, e ainda tem os gaiatos que param em via dupla no bafo, ligam o pisca - alerta e quem quiser que se dane pra passar.

A zona leste alaga com um sereno e formam-se filas intermináveis de carros por conta da água. Dos postos de saúde não vou falar porque é revoltante saber que em nenhum deles é feita uma sutura. Pra marcar uma consulta a um clínico leva-se três meses, isso quando você não pega um “balão”. Ops... Toda vez eu digo que não vou falar, mais acabo dando com a língua nos dentes, é que eu me empolgo.

O Hospital de Urgência Terminal, o Temido HUT, onde as pessoas se acumulam umas sobre as outras, e se escapam da morte correm o risco de uma infecção hospitalar, esse é durim, durim, e faz parte da herança macabra tucana, um verdadeiro presente de grego. O que acontece nos traileres do Parque Piauí é algo sério, ali campeiam soltos o crack e a prostituição infantil. Os donos dos estabelecimentos fazem um silêncio forçado por medo de represálias, e os clientes ou dão no pé ou se submetem a um pedágio constante dos nóias na fissura por uma brita. A vantagem (“ah se sesse!!!”) é que você pode dar qualquer tanto. E atentem bem pra o que vou escrever: o trecho do mercado do Parque que fica em frente à praça, ao campo de futebol e às quadras, parece ironia, de dia os coroteiros tomam conta, e à noite os noiados transformam o local numa verdadeira cracolândia periférica noturna. Cadê a Câmara de Combate ao Crack? Será só viagem?

Diante de tanto caos só nos resta perguntar quem poderá nos ajudar. Podemos chamar o Chapolim Colorado, aquele herói do seriado infantil mexicano ou começar pelo Pai nosso que estais no céu, santificado seja vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu......

*Zé da Cruz poeta e liderança comunitária
[email protected]

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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