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*Zé da Cruz

Imagem: Divulgação / GP1Zé da Cruz poeta e liderança comunitária(Imagem:Divulgação / GP1)Zé da Cruz poeta e liderança comunitária

“Que falta nesta cidade?...verdade, que mais por sua desonra...honra, falta mais que se lhe ponha...vergonha. o demo a viver se exponha, por mais que a fama a exalta, numa cidade, onde falta,verdade,honra e vergonha.”

Um ditado muito antigo que diz que quem traz o saco de dar tem que ter o de receber. Outro diz que quando você se torna público tem obrigação de dar satisfação de determinadas condutas. Quero aqui me justificar para os meus três ou quatro leitores que muitas vezes, através dos meus discursos ácidos vocifero e escrevo criticando os grandes em defesa dos pequenos procuro sempre não tomar partido, sendo um cidadão consciente em mais deveres que direitos. Observem como você é mau visto, quando se posiciona (e não finge) do lado do povo mais humilde, aliás, nem poderia ser diferente, pois mais liso e “lascado” “que nem que eu? ‘só eu”.

Estar desse lado (dos mais pobres) deveria ser uma forma de conquistar respeito, no entanto ao invés de ser respeitado como um representante legitimo da plebe, geralmente se é visto como baderneiro, arruaceiro, louco, desequilibrado e de tudo mais que pode ser dito e feito pra desqualificar, processar ,prender e até matar como fizeram com Jesus Cristo, com a Irmã Dorothy, Chico Mendes, Steve Biko, Martin Luther king, Malcon- X, Gandhi, Che Guevara, e mais recentemente o casal de catadores de castanhas no Pará que defendia a floresta e a vida lutando contra o desmatamento promovido por madeireiros. O casal, que ousava denunciar as práticas criminosas que presenciavam na floresta, foram avisados, ameaçados, condenados e mortos. Certamente esse é mais um crime como tantos outros que ficaram impunes. Aliás, são tantos casos que se for escrever haja caneta papel e tempo. O mais impressionante é que essas pessoas só queriam o bem da humanidade, o respeito à dignidade humana, o direito à vida, e a escolher o seu próprio destino e a querer que fosse assim e não assado. Fico imaginando que todos foram mortos covardemente pelo simples fato de pensarem diferente do sistema vigente, mesmo esse sistema garantindo direitos através da Declaração Universal dos Direitos do Homem. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 assegura, pelo menos em tese, saúde, educação, segurança, lazer, salário digno e cultura.

Quando escrevo não tenho a intenção de atingir a honra nem os brios de ninguém. O objetivo é somente ser a voz das ruas, dos guetos ,das favelas. Se vocês poderosos, ocupam os cargos públicos e fartamente se locupletam ou no executivo ou no legislativo, eu e os meus temos o direito de pelo menos estrebuchar e gritar que tá doendo e dizer onde é a dor e exigir o remédio. Na eleição a gente abusa de ver candidato pedindo voto com a cara de santo. Depois que ganha se transforma em “santoanás”, foge do povo como diabo foge da cruz; e ainda tem mais é o povo mais mofino que eu já vi, até parece que não trabalha pra população. Aliás, quem vê de longe ou de perto parece que o povo é que trabalha pra eles, tamanha é a empáfia, a arrogância e a prepotência. Pra dar um pito num é daqui pra li.

Eu falo porque vivo a real, não me baseio só em estatística. Acompanhe meu raciocínio caro leitor: a saúde vai de mal a pior, a pública, porque a privada vai muito bem, melhor estraga. Nos postos de saúde de Teresina não se faz uma sutura. No HUT um amontoado de seres humanos sofre de todos os males. Os baixíssimos salários dos trabalhadores em educação desestimulam a criatividade e a competência, obrigando um funcionário a ter outros empregos pra ter como garantir as três refeições diárias. Em pleno século XXI ainda tem escolas que roda prova em mimeografo; é mole ou quer mais? A segurança, essa tá muito insegura. Não se pode mais sentar na porta de casa, você não se sente seguro em churrascarias, bares, pizzarias, bancos, praças etc. É um verdadeiro caos. Sair de casa é uma verdadeira aventura. A primeira coisa que a gente faz é ligar o desconfiômetro, e tome tensão ao sair e ao chegar, porque numa dessas você pode não ter a sorte de um Indiana Jones da vida. Lazer para o povo não existe. As praças estão tomadas pelas gangues. Os poucos espaços públicos que existem, como a “potiacabando” querem transformar num parque pra rico caminhar dentro. O Clube dos Diários está agonizando, o Teatro 4 de Setembro encontra-se sob observação, e os demais que não morreram estão na UTI. A FUNDAC afundou. Resumindo: cultura pro povo? Com a palavra as senhoras Bid Lima e Laurenice França.

Salário digno? rs.rs.rs. rs. Tente pegar um salário mínimo e dar uma de dona ou dono de casa. Pagar água, luz; supermercado só se der e pronto. Aliás, não vou falar de mais necessidades como medicamento,vestuário,material escolar etc... porque é covardia. Aí me digam uma coisa: vocês ainda querem que eu fique calado ou que feche minha matraca? Nunca. Não vejo nenhum desses políticos passarem nenhum tipo de necessidades, nem física, psicológica e muito menos financeira. Nenhum sabe o que é uma mãe de família no pino do meio dia não ter nem feijão para botar no fogo, e nem perspectiva de arrumar. “Nenhum deles sabe, o que é um pai de família sair todo dia pra procurar emprego e receber um” não” por não estar qualificado para o mercado de trabalho, e assim ter que almoçar farinha seca com sal, vendo na televisão banquetes nas telenovelas.

Engraçado, por denunciar tudo isso vem um covarde com ameaças, querendo me intimidar. Pois pra você vai um recado: Não adianta me ameaçar, pois só tenho medo dos castigos de Deus. Se quiserem que eu me cale, eu calarei desde que meu povo tenha vida digna e que possamos deixar um mundo melhor pro nossos filhos. Um mundo onde não exista exploradores nem explorados. Onde as riquezas do Brasil possam de fato ser repartidas igualitariamente. Onde a política não seja hereditária, nem meio de vida e a maioria dos políticos possam pensar realmente no povo não em seus familiares e financiadores de campanha. O mais onde houver opressão, injustiça e falta de respeito em especial com os pequenos pode ter certeza que estarei por lá como companheiro, pois um filho teu não foge a luta. “Dos filhos desse solo és mãe gentil, pátria amada, BRASIL!!!” .

*Zé da Cruz poeta e liderança comunitária
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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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