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*Zózimo Tavares

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Themístocles Filho (PMDB), e o deputado Robert Rios (PCdoB) se pronunciaram ontem, publicamente, sobre a reportagem do jornal Folha de S. Paulo dando conta das investigações da Polícia Federal contra parlamentares piauienses. A reportagem foi publicada no sábado.

Segundo Themístocles Filho, que teve acesso a parte dos autos da investigação, todos os 30 deputados e mais ex-parlamentares estão tendo suas finanças vasculhadas, e não apenas sete ou nove, como noticiou o jornal. Ele criticou a atuação da Polícia Federal no caso, acusando-a de só pretender conquistar espaço na mídia.

O presidente da Assembleia garantiu que está aguardando com serenidade o resultado de um recurso judicial que questiona a competência da Polícia Federal para atuar no caso. Segundo ele, a Assembleia nunca recebeu recursos federais para construir obras nem para gastos de gabinetes. Daí porque não vê necessidade da presença da PF no caso.

Já o deputado Robert Rios (PCdoB), delegado federal e ex-superintendente regional da PF, foi mais duro nas críticas. Segundo ele, a PF "mentiu" e "forjou provas" em relação à denúncia de que ele teria usado verba da Assembleia para pagar cirurgia estética de sua ex-mulher. Ele esclareceu que a cirurgia não foi estética, e sim motivada por problemas de saúde. O parlamentar reafirmou que devolveu o valor pago pela cirurgia aos cofres da Assembleia. "A PF criou prova mentirosa, canalha e cretina colocada em nível nacional", protestou o deputado.

A reação da Assembleia ficará nesses dois pronunciamentos, por enquanto. Quando o caso estourou, a Mesa Diretora recomendou aos parlamentares que sejam parcimoniosos em relação às suas declarações sobre a questão. O que os deputados não aceitam é a exposição ou a condenação prévia sem que tenham chance de se defender.

As investigações são feitas desde o ano passado e o caso corre em segredo de justiça. Eles não veem motivo também para que a investigação seja feita pela Polícia Federal, se a Assembleia não faz uso de recursos federais. Por isso, solicitaram ao Tribunal de Justiça que a PF seja afastada do caso e que as investigações sejam feitas pela Polícia Civil do Piauí.

*Zózimo Tavares é editor chefe do Jornal Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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