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Deusval Lacerda de Moraes *

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarDeusval Lacerda de Moraes (Imagem:Reprodução)Deusval Lacerda de Moraes
Como são administrados os municípios piauienses? Com algumas exceções, são geridos precariamente, inclusive alguns deles se encontram em estado de calamidade. E isso porque o interesse despertado para os seus comandos político-administrativos são quase de vida ou morte, ou seja, faz-se tudo para lograr êxito nas respectivas campanhas eleitorais, muitos burlam sem qualquer pudor a legislação eleitoral na captação ilícita de sufrágio, como ocorreu no mandato que ora finda com a cassação de vários prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, e com relação aos eleitos no pleito eleitoral de 2012, com base nas denúncias apresentadas à Justiça Eleitoral, o índice de cassação deverá ser ainda maior, porque as violações foram clarividentes.

Não somos ingênuos e por isso torna-se imperioso admitirmos que o jeito de fazer política na grande maioria dos municípios piauienses contribui para piorar ainda mais as suas dramáticas situações. Percebemos que parcela ponderável dos que se habilitam na política interiorana não possui as qualificações necessárias para promover de forma vantajosa o aprimoramento da atividade pública com vistas ao desenvolvimento dos municípios que, na grande maioria das vezes, pelo contrário, são responsáveis no final do mandato pela instalação de verdadeiro caos nas municipalidades.

Convém dizer que a forma como alguns desses parasitas ingressam na política e os seus métodos de conquista do poder são os mais deploráveis possíveis, e que devem ser rechaçada severamente por força judicial sob pena de certos municípios sofrerem todo tipo de abuso por parte desses impostores que têm a missão de impulsionar o progresso. Mas são indivíduos inábeis que, sem o devido preparo, dedicam-se ao assistencialismo e fisiologismo desbragados para se apresentarem como salvadores da população, mas na realidade são perniciosos por fazerem a política de sustentação direta dos seus eleitores pela via das benesses públicas em vez da promoção das ações coletivas municipais. As campanhas eleitorais geralmente são financiadas por setores interessados no proveito individual e que, no final das contas, as verbas atendem a interesses escusos que assim são desviadas das suas finalidades básicas pelos malfeitores.

Sabemos que as administrações municipais existem para promover benefícios aos munícipes, mas dessa maneira produzem transtornos para a população com os atrasos salariais, débitos dos fornecedores, educação e saúde lastimáveis, lixo nas ruas, prédios depredados, vias públicas e estradas vicinais esburacadas, finanças aos frangalhos, prestações de contas inconsistentes, enfim, geram verdadeira dilapidação do patrimônio público. Seguem na contramão da promoção da qualidade de vida para os habitantes com suas ruas largas e arborizadas, com excelentes indicadores nas áreas de habitação, renda, trabalho, saúde, segurança e educação, para aumentar os índices nos níveis de escolaridade, diminuir as taxas de mortalidade infantil e a oferta de saneamento básico e renda como também combater a pobreza e a pobreza extrema.

Os casos mais cruciantes vêm provocando o sucateamento de parte dos municípios piauienses. Só para lembrar, ocorreu que o Piauí ficou em vigésimo quarto lugar (com nota 3,96) na aplicação das suas verbas pelo Índice de Transparência da ONG Contas Abertas e em vigésima sexta posição (com nota 2,26), obtendo a classificação RUIM, no ranking de Avaliação de Gestão dos Estados Brasileiros em 2012. Mas não ficou só nisso. Neste mês de dezembro o Jornal Correio Braziliense divulgou o Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios da Fundação Getúlio Vargas (FGV) entre os 5.565 municípios brasileiros e Brasília e os municípios de São Paulo saíram na dianteira com índice geral de 5,71 e os municípios piauienses amargaram a vigésima quinta posição (com nota 3,74) ficando à frente apenas dos estados do Pará e Maranhão. Assim, não há outra saída que não seja cobrar da nossa classe política atitudes para tirar o Piauí do atoleiro que há muito está empacado, para assumir as suas responsabilidades e arregaçar as mangas para dirimir as nossas mazelas que já estão ficando crônicas.

* Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito

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