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Por Deusval Lacerda de Moraes *

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarDeusval Lacerda de Moraes (Imagem:Reprodução)Deusval Lacerda de Moraes
Pelo marasmo como vem se arrastando atualmente o governo do Piauí, leva-se a crer que não sairá da apatia com que vem atuando nas suas políticas públicas. O seu corpo administrativo está anêmico por não ver-se em nenhum lugar do Estado qualquer realização que venha realmente contribuir para o progresso do Piauí. E quando divulga que fez algum benefício para a sociedade, ao checar-se a informação, ver-se-á que o dado alardeado não condiz com a realidade, como ocorreu com as 181 escolas de tempo integral que estão longe da verdade no Estado do Piauí.

A primeira medida que se faz acreditar na grandeza de um governo é a escalação da sua equipe de trabalho. Um bom secretariado tem a obrigação de ser composto por pessoas realmente diferenciadas. Não tem outro jeito, pois neste quesito não há mágica nem mistério. Uma equipe eficiente, dinâmica, realizadora, não pode ser integrada por qualquer um. Os escolhidos têm de dominar o seu campo de atividade, pois além de se apresentarem com planos, programas e idéias inovadoras levam também os servidores dos seus órgãos a seguirem no mesmo ritmo, ou seja, de motivarem-se para criar novas perspectivas e gerar boas ações para o bem-estar de todos.

Mas não é o que se ver no atual governo. Pelo contrário, privilegia irmão e esposa para ocuparem lugar de destaque na administração em vez de profissionais de relevo que conquistaram os seus conhecimentos e adquiriram as suas experiências ao longo de uma vida dedicada ao aprimoramento teórico e prático dos seus ramos de proficiências. Outro erro comezinho reiterado na administração publica piauiense é o aproveitamento de algumas pessoas que já foram testadas e reprovadas em governos anteriores e por conveniência política do governante é novamente empurrado de goela abaixo da sociedade para gerir repartição pública que, assim, apenas demonstra total descaso com o patrimônio público estadual.

Outro fator importante. Num estado pobre como o nosso não pode de maneira alguma haver desperdício nem malversação dos recursos públicos. As verbas devem ser previamente planejadas nas suas destinações e rigorosamente aplicadas para atingirem producentemente os seus objetivos. Ao governante requer autoridade e diligência para comandar a equipe para evitar que se formem ilhas na administração direita, isto é, de que alguns chefes de pasta apliquem os recursos públicos de acordo tão-somente com os interesses eleitoreiros - como acontece vez por outra no Piauí -, visto que o governo é de todos e não propriedade dos que se encontram engalfinhados nos cargos públicos.

Realmente se fazer um bom governo não é fácil. Para se realizar um governo benfeitor não precisa ter muito dinheiro. É preciso apenas que se aja com competência e honestidade. E que todos os envolvidos tenham a consciência necessária de estarem à frente do bem comum e não fazerem o costumeiro no Estado, em que o setor público serve de trampolim para as ambições pessoais de alguns ocupantes dessas funções, ou melhor, daqueles que passam a buscar mandatos eletivos se utilizando da estrutura pública ou de outras benesses bancadas pelos escaninhos das ações governamentais.

Assim, no atual governo do Piauí alguns auxiliares estão mal colocados e por isso não se pode esperar muito deles. Mas a fraqueza é congênita, manifestou-se já no seu nascedouro. Pois completou dois anos, e só vai piorar. Governo diz logo a que veio no começo, ao iniciar-se fraco, pálido, continua com amarelidão até o fim. Este vai ser um governo que os piauienses só vão se lembrar para não ser copiado pela sua inapetência. O grande marco do atual governo é o incêndio da Secretaria de Saúde que, por estar em investigação por desvio de recursos pela Polícia Federal, pegou fogo e até agora a sociedade não sabe o que realmente aconteceu. Há quem diga que vai ser também marcado pela indicação da primeira-dama para conselheira do Tribunal de Contas do Piauí - que julgará as suas próprias contas, as do seu esposo-governador e as do seu cunhado da SDR -, e outras coisas do gênero. Como é difícil vitaminar um organismo estatal definhado!

* Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito


*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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