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Por Zé da Cruz *

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Zé da Cruz(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Zé da Cruz

Diz que quem é pobre é o diabo. O diabo é quem quer ser pobre, pois dentro de uma linha imaginária criada pelo capitalismo do ter e não do ser, vale quem tem; quem num tem não vale um vintém (pelo menos para o capitalismo selvagem e predatório). É aí onde o bicho pega: os pobres são mais e os ricos são menos, parafraseando o geógrafo Josué de Castro são “os que comem e os que passam fome” . É aí que entra a chamada desigualdade social. Nós que devíamos ter as indústrias, os bancos, o poder político, os meios de comunicação e patati... patatá.... porque somos maioria, não temos nada disso. Pra nós é só Nelson, migué, de abdia, desdobro, como diz alguns “cúto” entre nós as coisas tergiversam: sobra menino(a), cachorro, gato, papagaio, liseira, crack.

Eu acredito que o povo pobre seja o único ente que ainda faz piada da própria miséria e dá lucro, basta ver o Teatro Quatro de Setembro lotado de alegria de pobre, que como diz o ditado por essas bandas, dura pouco, e por vários motivos. Vou começar pela seca. Dia desses, ouvi uma poesia de Patativa do Assaré cantada por Luiz Gonzaga, o saudoso rei do baião, que ainda dá de olé nessas forrótecas de hoje, pode vir de avião, de cavaleiro, de babydool ou de calcinha preta, passa é longe do velho lua.

Volto à história da seca retratando os carros- pipa e os políticos com a indústria da seca fazendo da água, moeda de troca para eleger determinados candidatos... uma vergonha!!.Hoje ouvi falar no aluguel de 250 carros desses para acudir os flagelados da seca. É uma merreca que não dá nem para segurar a peteca, uma esmola para humilhar e alienar ainda mais. Aquele deputado federal que parece com o bozó (personagem do Chico Anísio) disse que no sul do país a ajuda para flagelado é mais que um salário, aqui é somente de 80 reais. O problema é que não dá nem botar fé no que um bicho desse fala, pois mente que cai de costa. Disseram que ele é de uma tal bancada do amém. Cruz credo!!!.Não sei por que, mas alguns desses políticos lembram um rio com pororoca que quando não é represado vira cachoeira.

Enquanto a seca flagela os piauienses, na sala de injustiça do Tribunal de Contas do Estado, a muié do führer assume, contra tudo e contra todos e com toda a pompa, o cargo de conselheira. Queria ver ela ser sabatinada era no estádio Albertão lotado quando viesse um time de fora ou um jogador desses buchudos caça-níquel que vem pra cá comer o dinheiro dos éguas que preferem os de fora em detrimento de um Rivengo. Ah, ia esquecendo o cargo é vitalício. Para quem não sabe o que é isso: é ficar nele até morrer ou pegar fogo. Como diz o macaco Simão nois sofre mais nois goza rárárárá!!! É mole mais pra ti ainda bole.

O comandante Hermann Göring fez uma reforma nos batalhões e deu a entender que o pau vai correr solto, e adivinha em quem eles vão bater e prender: nos deputados ? nos vereadores? Brincadeirinha... Os filhos da miséria, da pobreza, o meu filho e o do povo mais pobre é que vão pagar esse pato. Pelo dito vão reprimir os movimentos sociais e já começaram: fizeram laboratório nos estudantes, estão treinando nos professores, mas o couro vai comer mesmo é na favela onde todo excesso de violência dá em nada. No prontuário, escrevem missão cumprida. Eu me pergunto: por que será que eles não batem nos médicos?

Como dizem os ditadores: Queremos tudo dominado. É preciso não esquecer que esse ano não é como os demais, pois é um ano eleitoral onde os políticos vão fazer de tudo por um voto. É aí onde a porca torce o rabo, isso se não for bicó. Convoco o povão para uma reflexão: gente precisamos fazer um exame de consciência e ver os vinte e um vereadores que estão na Câmara colocados lá por nós. Onde eles moram? na irmã Dulce? No Parque da Vitoria? No Parque São Jorge? Na Bom Jesus? Nunca...jamé... tira de banda e pula. Eles moram é na zona nobre da cidade, bem longe de todos os problemas da cidade e do povão. Não podemos esquecer que eles vão começar a descer pras banda de cá cercados de uma cambada de assessores e bajuladores. Eles pegam dois ou três dos nossos para fazer a chave e garantir aproximação.

Ouvi dizer que trocam apoio até por arroz, com certeza logo, logo vai ter uns trocando por carne, enquanto o povo passa fome. Vai que é tua tafarel... vejo que esses modelos são verdadeiros cânceres nas sociedades modernas. Espero que esse ano o povo posso escolher gente do povo. Vamos acabar com essa coisa de pau que faz sombra, pois na maioria das vezes ele cai na nossa própria cabeça.

* Zé da Cruz é poeta e liderança comunitária

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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