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E o Oscar de melhor atriz vai para Dilma Rousseff, em "O Petrolão"!


*Júlio César Cardoso

Imagem: GP1Júlio César Cardoso(Imagem:GP1)Júlio César Cardoso
Dilma mostrou presença em cena, com uma expressão corporal magnífica, ao falar sobre as prisões da operação Lava-Jato na cúpula do G20

Dilma, além de ter sido a primeira mulher presidente do Brasil, levará em 2014 o prêmio máximo da interpretação: o Oscar de melhor atriz, pela sua participação na reunião do G-20 na Austrália.

Na verdade, o Oscar se deu pela sua entrevista, quando falou sobre as prisões da operação Lava-Jato. O texto é fantástico. A interpretação, nem se fala. Dilma mostrou uma presença em cena, com uma expressão corporal magnífica. E o olhar dela? Nossa. Uau. Só vendo para acreditar no talento dessa mulher. Clap, clap, clap. Palmas, palmas e mais palmas. Tive que assistir ao vídeo da entrevista várias vezes para me certificar de que era mesmo a nossa presidente falando.

É claro que não vou conseguir passar toda a emoção de sua fala, aliás, seria humanamente impossível. Mas resumidamente, Dilma disse que não se pode condenar a empresa Petrobras, mas sim as pessoas. Tanto quem foi corrompido como quem foi corruptor. Não é lindo? Aproveitou também para dizer que agora sim podemos bater no peito – tá isso fui eu que acrescentei, talvez coloque até mais emoção – e falar que tivemos o primeiro escândalo da nossa história investigado. Mas peraí, e o mensalão? – ah tá lembrei, o “pai” dele disse que ele nunca aconteceu.

Dilma, ainda em sua fala, disse que essa investigação pode mudar o país para sempre, pois agora vai se acabar com a impunidade. Que o escândalo atual é diferente, porque vamos mostrar que ele não é engavetável, que ele está de forma absolutamente aberta. E que, independentemente de termos grandes empreiteiras envolvidas, não se pode “demonizar” o setor de construção civil, mas se A, B, C ou D (de Dilma) – faltou o L de Lula – praticaram malfeitos ou atos de corrupção – ué, isso não é um malfeito? – eles pagarão por isso. Ui… que medo.

Mas então…

Vocês perceberam ou é viagem minha? Se Dilma fala com tanta propriedade de que esse escândalo vai mudar o país, o rumo da história e coisa e tal, ou ela está totalmente blindada (sabe-se lá como), ou não sei mais de nada. Se o doleiro Alberto Youssef afirmou em sua delação premiada que Lula e Dilma sabiam como fica isso? Será que o doleiro morre antes de conseguir provar que Dilma e Lula não são isso tudo que os petistas e adoradores deles acreditam que eles sejam? Será que o doleiro está mentindo? Será que a punição será dada “até certo ponto”, igualzinho aconteceu com o mensalão que parou no José Dirceu?

Essas são perguntas muito pertinentes e as respostas com quase toda a certeza não serão também pertinentes e tampouco verdadeiras. Será que o STF irá aceitar meias respostas, meias verdades? Será que o STF não dará nome aos bois de verdade? Em outras palavras (como já disse em outra coluna), quadrilha é quadrilha, caixa dois é caixa dois e azul é azul?

Que o nosso STF tenha sabedoria suficiente para não distorcer os fatos e para enxergar de verdade que aquilo que está sendo mostrado é o que está sendo mostrado sem metáforas ou devaneios.

Um país abalado!

Alguns podem não perceber, mas o nosso país está abalado. Esse descrédito instalado com mais esse escândalo tem provocado tanta insatisfação em viver aqui que tenho certeza se fosse simples muitos simplesmente iriam pegar o primeiro avião no aeroporto mais próximo.

A primeira página do jornal Globo do último sábado, 15, lembrou um pouco as páginas do jornal Dia dos velhos tempos, onde só apareciam corpos mutilados, e muito sangue. A única diferença de agora é que em vez de corpos, temos fotos de pessoas até ontem de integridade ilibada e hoje com a legenda de “preso”.

Parece até um filme, mas não é. É a dura realidade de um país que teve tudo para mudar nas últimas eleições, mas que preferiu continuar como tudo está mesmo. Optaram pelo continuísmo e não pela chance de mudar.

O que vai acontecer daqui pra frente é um grande ponto de interrogação. A política de nosso país nunca mais será a mesma. Ainda mais agora que não é possível recuar. Resta saber o que vai restar e se vai restar. Uma investigação acabará detonando outra e mais outra, tamanho são os tentáculos desse Petrolão.

O fato é que esse escândalo acertou em cheio o PT (mais uma vez), em outras palavras, o governo Dilma. Que irá governar daqui pra frente pisando em ovos e com a árdua tarefa de administrar um país em frangalhos, abalado moralmente justamente no lugar que não poderia.

Nenhum político ainda foi atingido oficialmente, mas muitos já estão sentindo a batata fritar e o que é pior para eles, sem saber de onde estará vindo o óleo e que óleo será usado.

Mas uma coisa é certa, temos que tirar o chapéu, a camisa, a roupa toda se for o caso, para o juiz Sérgio Moro que é quem está coordenando a investigação com a Polícia Federal e o Ministério Público – todos também de muitos parabéns – e ele como especialista em lavagem de dinheiro com certeza irá chegar aonde muitos não querem que ele chegue.

É tudo tão surreal que gostaria de acordar somente quando essa fase negra passasse e com a certeza de que outras não viriam logo em seguida, porque haverá uma hora em que o país e as pessoas não conseguirão mais absorver nenhuma pancada por mais fraca que ela seja.

Merecemos é viver uma fase de beijinho no ombro.

Salve as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em ambientes fechados.

Fonte: Grita Brasil, por Cláudio Schamis

NOTA DE FALECIMENTO

O ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos morreu aos 79 anos na manhã desta quinta-feira (20). Ele estava internado havia alguns dias no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Com todo o respeito ao passamento, parece que o ex-ministro e advogado do PT, Márcio Thomaz Bastos, não aguentou a responsabilidade do árduo exercício de defensor dos negócios nebulosos do PT e partiu para outra galáxia, quem sabe, menos poluída de corrupção petista. É pena que os mequetrefes Lula, Dilma, Collor, Sarney, Maluf etc. não sejam também contemplados com o passaporte para a vida eterna no inferno.

*Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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