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Imagem: GP1Clique para ampliarJúlio César Cardoso(Imagem:GP1)Júlio César Cardoso
Reporto-me ao artigo "Em defesa da Copa do Mundo", da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), publicado no jornal Folha de São Paulo, em 15.02.2014.

Senadora Kátia Abreu, decepcionante o seu artigo. O país tem necessidades prementes para resolver e sempre alega o governo que não há recursos suficientes para isso, mas para custear Copa do Mundo o governo e políticos se ajoelham aos pés da Fifa.

Falta muita responsabilidade social aos nossos políticos. A senadora é uma política abonada, mas quem paga os seus salários parlamentares são os contribuintes, espoliados com alta carga tributária cujos recursos não são devidamente retornados em serviços públicos de qualidade: educação, saúde, segurança pública etc.

A senadora, não obstante a sua condição familiar afortunada, se utiliza de assistência médica e hospitalar gratuita do Senado e de forma perene para si e família. Pois bem, a senadora não sente na pele as agruras dos desassistidos brasileiros que não têm um serviço médico e hospitalar de qualidade e padecem nas filas, quando não morrem antes, para ser atendidos de forma negligente e desumana pelo precário aparelho estatal de saúde. Enquanto isso, Lula, Dilma e outros têm à sua disposição o Hospital Sírio-Libanês.

Ora, um país que não disponibiliza serviço público de saúde do padrão Fifa aos seus contribuintes mais necessitados, não investe como devia em educação de qualidade, não se preocupa com a segurança pública do cidadão e outras necessidades, não pode se dar ao luxo de promover megaevento esportivo.

É evidente que o brasileiro gosta de futebol. Mas convenhamos, o país não se encontra em condições financeiras para bancar tal despesa quando outras necessidades mais importantes não são atendidas. É claro que a Copa do Mundo gera empregos provisórios e divisas com o turismo. Mas o seu custo é desproporcional a um país que tem uma dívida social altíssima e não investe em infraestrutura para produção de riquezas.

A sua posição favorável à Copa do Mundo não é de amadurecimento com as causas sociais porque a senadora é uma empresária do agronegócio e tem outras preocupações. Mas aqueles cidadãos, principalmente os jovens brasileiros que saíram às ruas em junho passado, sem bandeira partidária, e que gritaram e vão continuar gritando contra os fajutos políticos e governos que não atendem às demandas sociais, revelaram muito mais amadurecimento e responsabilidade social que a senadora e o governo federal.

A senadora Kátia Abreu, Lula, Dilma e os ex-jogadores Ronaldo e Pelé, que defendem o megaevento, lamentavelmente, estão na contramão do que se espera de um país sério.

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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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