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Imagem: GP1Clique para ampliarJúlio César Cardoso(Imagem:GP1)Júlio César Cardoso
Ex-líder do PT na Câmara, Fernando Ferro diz que dificuldade da presidenta em dialogar com a base aliada se refletiu na piora dos indicadores econômicos em comparação ao governo Lula. “Nossa articulação foi de menor qualidade. Isso tem consequência”. Fonte: Congressoemfoco.

O desespero tomou conta a ponto de uma ex-liderança do partido vir criticar a articulação política do governo de Dilma Rousseff. É o fogo amigo em plena ebulição sentindo a falta de Lula. Isso significa que o PT é um partido com prazo de validade, ancorado apenas na existência de Lula.

Por que o PT tem tanto medo de perder o governo? Conforme dados publicados na revista Veja, desde que chegou ao poder, em 2003, o PT assumiu ministérios e aumentou o número de cargos de confiança ocupados por militantes que pagam dízimo ao partido. No governo do PSDB, os tucanos controlavam sete ministérios, hoje o PT controla dezoito. No governo do PSDB, em 2002, os gastos dos ministérios controlados pelo partido somavam 914,4 bilhões de reais, em 2013, o PT controlava um orçamento de 1,2 trilhão de reais. No governo do PSDB havia 18.374 cargos comissionados, hoje são 22.734.

O PT governou até agora montado no espólio do Plano Real. Se não fosse essa bendita herança, recebida de Itamar/FHC, a política econômica petista teria naufragado, porque ela jamais existiu. Como escreveu o economista Maílson da Nóbrega: “Em 2012, o Ministério da Fazenda anunciou a nova matriz macroeconômica. Completava-se a reação, iniciada em 2009, à política econômica adotada por Lula em 2003, a mesma que ele havia recebido de FHC. No terceiro ano da novidade, o fracasso é inequívoco. A nova matriz macroeconômica gerou retrocessos. O Banco Central foi forçado a baixar os juros. O controle de preços voltou. A gestão fiscal foi vítima da contabilidade criativa, que escondia a exagerada expansão dos gastos.

O mercado de câmbio sofreu intervenções para atender a visões de mundo que atribuíam à desvalorização cambial a fonte da competividade dos produtos exportáveis. O ministro da Fazenda se vangloriou da guinada e adotou políticas de estímulo ao consumo na expectativa de despertar o instinto animal dos empresários, que investiriam para aumentar a oferta. Câmbio desvalorizado e juros baixos ampliariam a disposição de investir.

A redução voluntarista das tarifas de energia elétrica elevaria a competividade e o investimento. Nada disso funcionou (...). A “matriz” colheu resultados distintos do imaginário. O investimento caiu 19,5% do PIB, em 2010, para 18,4%, em 2013. A meta para a inflação, de 4,5%, nunca foi alcançada. A média de crescimento do período Dilma será de apenas 2%. A classificação de risco foi rebaixada. O governo recuou. A taxa de juros (SELIC) voltou a subir e já chegou a 11%. Era 10,75% quando Dilma assumiu. As intervenções no mercado de câmbio foram revistas. Anunciaram-se metas fiscais livres de malabarismos financeiros e de contabilidade criativa”.

O governo em mais de dez anos no poder só se preocupou com a sua propaganda eleitoral. Não fez investimento substantivo na produção de riquezas e se esqueceu de atender plenamente às demandas sociais. Como consequência, o povo, liderado por jovens brasileiros, saiu às ruas, no mês de junho passado, para protestar principalmente contra a incompetência do governo federal que não atendeu às demandas sociais.

O tempo do PT está chegando ao fim. Temos que dar oportunidade a novas cabeças políticas. Ninguém é insubstituível, somente Deus.

Júlio César Cardoso

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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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