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*Júlio César Cardoso
Imagem: GP1Júlio César Cardoso(Imagem:GP1)Júlio César Cardoso

Mais de um milhão e meio de brasileiros foram, neste domingo, espontaneamente protestar pelas cidades nacionais contra a corrupção política e governamental, sem ocorrência de incidente. São Paulo como sempre deu o tom do magnânimo protesto.

Que a presidente Dilma Rousseff tire lição da manifestação, assim como o rei sem trono Lula da Silva e os demais políticos de tendência corrupta, principalmente aqueles que estão arrolados na denúncia da Operação Lava-Jato.

O Brasil poderia ser muito maior não fosse o câncer da corrupção política que acompanha, infelizmente, a maioria de nossos representantes no Legislativo e Executivo. Causa perplexidade aos brasileiros honestos saber que um pobre torneiro mecânico tenha entrado para a política e hoje pertence à elite de milionários nacionais.

Enquanto miríades de cidadãos vivem ainda em estágio miserável, sem direito à educação de qualidade, a sistema púbico de saúde de dignidade humana, à proteção da segurança pública etc. - porque o dinheiro da nação (do contribuinte) é saqueado vergonhosamente com a conivência de governos inescrupulosos como aconteceu com a Petrobras - a sociedade assiste ao ex-presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, descaradamente afirmar, na CPI da Petrobras, que desconhecia a existência de corrupção na empresa, bem como que os negócios feitos com a compra da refinaria de Pasadena foram excelentes ao país.

Assim, as seguintes críticas foram estampadas nas manifestações deste domingo: “fora Dilma Rousseff; eu quero o meu dinheiro que o PT roubou da Petrobras; Lula cachaceiro devolva o meu dinheiro (Petrobras); nossa bandeira jamais será vermelha; um, dois, três bota Dilma no xadrez; o povo está sendo traído (Petrobras); impeachment de Dilma; tem que acabar com a corrupção no Congresso; alta do custo de vida/volta da inflação; intervenção militar; etc.”. “O brasileiro tem que se manifestar realmente e não pode se calar diante desses escândalos e roubalheira que vemos no Brasil”, disse a comerciária Márcia Santos, que vestia uma camisa verde-amarela.

Bem diferente da tímida manifestação do PT e das centrais de trabalhadores na sexta-feira (13) , neste domingo (15), na Avenida Paulista e adjacências havia mais de 1 milhão de pessoas; em Brasília mais de 45 mil; Praia de Copacabana mais de 15 mil; Belo Horizonte mais de 25 mil; Salvador mais de 5 mil; Recife mais de 8 mil; Fortaleza mais de 10 mil; Manaus mais de 5 mil; Florianópolis mais de 30 mil; Porto Alegre mais de 200 mil; Curitiba mais de 80 mil; Pará mais de 30 mil; Natal mais 12 mil; Ribeirão Preto mais de 30 mil, etc. No exterior também houve manifestação de brasileiros pedindo a saída de Dilma.

A alegação da presidente de ter tirado 22 milhões de cidadãos da miséria ou de ter aumentado o volume de emprego formal é uma defesa que não justifica o seu fraco desempenho nos demais setores da economia e por isso o retorno da inflação. Cabe enfatizar também que o governo, o PT e partidos da base de apoio estão envolvidos no maior escândalo de corrupção política de que se tem noticia na história do país, perpetrado contra a Petrobras.

Por outro lado, o ministro Miguel Rosseto, pelego de carteirinha, não perdeu o hábito de seu encardido e surrado discurso de falar em golpismo no Brasil. Só que ele se esquece de que no passado o PT usava o mesmo expediente para defenestrar FHC e não considerava golpe.

Agora, como se nós não tivéssemos memória, vem o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, dizer que o governo vai lançar um pacote de medidas contra a corrupção. Parece piada, pois, logo após as manifestações de junho/2013, o governo prometeu atender às demandas sociais e não cumpriu. Aliás, o governo Dilma não tem vergonha de mentir. Mentiu durante a campanha que não iria aumentar imposto, que a inflação estava sobre controle e que não retiraria direitos sociais e trabalhistas. Tudo isso foi apenas isca para poder se reeleger.

*Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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