Prefeito da cidade de Miguel Leão, Joel de Lima, concede entrevista exclusiva a correspondente do GP

O prefeito municipal de Miguel Leão, o militar e professor Joel de Lima, 41 anos de idade, concedeu uma entrevista exclusiva ao corresponde do GP1. Entre outros assuntos, ele falou como recebeu a administração: “Tinha cidade no nome, mas era apenas um pequeno vilarejo abandonado por um grupo político e apenas carregava o nome de cidade. Era abandonada por uma elite”.

Confira a entrevista na íntegra:

Corresponde do GP1:
Prefeito, como você avalia os seus cinco primeiros meses de sua administração?
Prefeito:
Avalio de forma positiva, apesar da gente vir de uma administração de quarenta e nove anos, e que a cada dia vem uma surpresa diferente, fruto de más administrações passadas. Dentro de cinco meses a gente já fez coisas que os outros não fizerem em quarenta e nove anos de administração, dentro da área da educação, saúde e assistência social. A gente pegou um município que área da assistência social estava praticamente zerada. Dos programas sociais só existia o Bolsa Família. Os demais estavam todos parados, tudo por falta de prestação de contas. Hoje já temos outros programas sociais em pleno funcionamento no município. Na área da saúde, nós recebemos um município onde quase nada funcionava; ambulâncias paradas, não havia atendimento médico. Hoje já temos duas ambulâncias funcionando, médico todos os dias da semana, contamos ainda com algumas especialidades médicas. Eu acredito que iremos conseguir tudo que a gente se comprometeu em fazer para a população de Miguel Leão. Eu acredito, pois temos um grupo em que todos querem trabalhar, tanto o prefeito quantos os vereadores. Então a gente está aí ainda montando a equipe e estamos a cada dia vendo o progresso continuado. Transformar quarenta e nove anos em cinco meses não dá. Nós não somos mágicos. A gente pensou uma coisa, mas recebemos um desastre. Mas nem por isso vamos baixar a cabeça, nós acreditamos que vamos fazer. Na área da agricultura, o exemplo está aí, nós temos uma população em que a maior parte vive basicamente da agricultura, mas não tinha nenhum apoio, mas nós estamos buscando projeto, junto ao governo do estado, voltado para atender, sobretudo, os produtores rurais. Nós estamos buscando a reforma de duas escolas. Pegamos as escolas praticamente acabada, mas estamos buscando melhorar a nossa educação. Estruturamos os professores, buscamos capacitação. Outro fator importante é que todos os professores recebem de acordo com o piso nacional da classe e o pagamento rigorosamente em dia, o que é muito diferente das administrações anteriores, que tem um grande histórico de salários atrasados.

Corresponde do GP1:
Como você ver a cidade de Miguel Leão de hoje em comparação aquela do passado, as pessoas comentam sobre alguma diferença?
Prefeito:
Comentam sim. Quando nós recebemos a prefeitura todas as estradas que ligam a sede à zona rural estavam esburacadas, e já foram todas recuperadas. A limpeza da cidade a gente tem feito. Então as pessoas estão vendo o que estamos fazendo. Se você fizer essa mesma pergunta para um morador, com certeza ele vai falar ainda melhor sobre o que estamos fazendo e o que já fizemos dentro de cinco meses de administração. E ainda não fizemos mais porque tem muitas coisas “amarradas”. Então hoje, apesar de estar encontrando muitas dificuldades, eu não me arrependo de ser prefeito, eu já sabia que ia encontrar muitas dificuldades, e que povo colocou a gente foi para resolver os problemas. Eu acredito que tem sim, muita diferença. Se compararmos o ante e o depois, eu acredito sim que nós temos um depois melhor.

Corresponde do GP1:
Qual o conceito que você daria para a cidade de Miguel Leão antes de você assumir a prefeitura?
Prefeito:
[Risos] Administrativamente Miguel Leão não era uma cidade. Tinha cidade no nome, mas era apenas um pequeno vilarejo abandonado por um grupo político e apenas carregava o nome de cidade. Era abandonada por uma elite. Tinha cidade no nome, mas não tinha administração. Ninguém ligava para Miguel Leão, era desprezada totalmente. E como cidadão de Miguel Leão a gente se sentia envergonhado. Não pela cidade; mas sim pelos administradores que administravam a cidade má. Eu não sei como uma cidade a 80 quilômetros de Teresina era esquecida pelos políticos. Acho que eles colocavam uma capa e diziam que em Miguel Leão estava tudo bem, enquanto que as pessoas sofriam necessidades. Tudo por falta de administração que não existia. Eu te digo hoje que se você fizer, nesses últimos dez anos, uma prestação de contas, você vai ver e comprovar o que eu estou dizendo: Miguel Leão era sim uma cidade abandonada.

Corresponde do GP1:
De acordo informações, hoje há em Miguel Leão novos comércios, como casa lotérica, farmácia, casa de material de construção. Isso se deve a sua administração?
Prefeito:
Com certeza. Estamos trabalhando com as portas abertas. As pessoas percebem que Miguel Leão tem uma administração diferente, aí eles querem investir em nossa cidade. E essa é a minha ideia. Trazer investidores para o nosso município. Fazer com que todos acreditem que ali tem sim condições de se fazer um investimento. Hoje já temos casa lotérica, temos banco postal, temos uma farmácia que antes não existia, enfim temos esperança de que possam vir lojas, pois eu acredito em Miguel Leão, porque todos estão vendo que a gente quer trabalhar para melhorar a vida das pessoas.

Corresponde do GP1:
Você pretende explorar a bela barragem que existe em Miguel Leão como um ponto turístico?
Prefeito:
Eu disse algumas vezes que a única beleza que existia em Miguel Leão naquela administração era uma barragem e essa eles colocaram uma porteira e fecharam. Mas eu tenho a esperança deque nós vamos abrir aquela porteira e fazer daquela barragem também um ponto turístico. Nós temos uma bela barragem e pretendemos explorar, não só como ponto turístico, mas também fazer com que as pessoas tirem todos os proveitos que ela possa nos dar. Nós pretendemos elaborar projetos nesse sentido.

Corresponde do GP1:
E quanto a obras?
Prefeito:
Estamos trabalhando no sentido de elaborar projetos que vise melhorar a vida do nosso povo. Agora mesmo estamos reformando o prédio da prefeitura. Temos também duas escolas prestes a ser reformadas, com a construção e reforma de quadra de esportes, talvez até o final de julho ou mesmo agosto. Queremos também calçar algumas ruas, mas estamos encontrando um grande problema com o CAUC. Agora mesmo fomos contemplados com quarenta casas. O grande problema é que Miguel Leão não tem terras apropriadas para fazer um conjunto com cem casas, porque são cem casas, quarenta agora e depois as outras sessenta. A única área que encontramos foi na entrada da cidade, e essa área é privada. Então a gente vai desapropriar para podermos construir as casas. E daqui a poucos dias estaremos dando inícios às obras. E a construção dessas casas trará um grande ganho para o povo da cidade, pois além da construção das casas propriamente dita, nós vamos usar a mão de obra local, e isso é, sem dúvida, uma fonte extra de serviço e renda para as pessoas. Pois Miguel Leão é uma cidade de pessoas carentes. Só para se ter uma ideia, nós recebemos a cidade toda às escolas praticamente acabadas, e hoje já regularizamos essa situação. Se for para darmos uma nota para nossa administração, eu darei um dez pelo que a gente já fez em tão pouco tempo de administração. Eu avalio nossa administração como positiva. É claro que não dá para fazer tudo em um passe de mágica. Vamos dá todo apoio necessário para a cultura e o esporte, fazer com que nossos jovens usufruam das atividades culturais e esportivas.

Corresponde do GP1:
Qual é a mensagem que você deixa para o povo de Miguel Leão?
Prefeito:
Que eles continuem acreditando em nossa administração, por que nós temos encontrado dificuldades, mas nós temos certeza que vamos realizar, vamos fazer. Pois nós continuamos com o mesmo propósito de fazer de Miguel Leão uma verdadeira cidade. Peço que eles tenham fé em Deus e a confiança de que nós iremos sim, fazer o melhor para a cidade e para o povo.