O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que transmitirá ao vivo o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus investigados por envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. A oitiva, conduzida pelo Supremo Tribunal Federal ( STF ), começa nesta segunda-feira (9), a partir das 14h, e envolve o chamado “núcleo 1”, grupo considerado central na elaboração da suposta trama golpista.

A transmissão será feita pela TV PT, nas redes sociais do partido. “Prepare a pipoca e acompanhe tudo em nossas redes!”, diz a postagem do PT na rede social X (antigo Twitter). Em março deste ano, a sigla também transmitiu o julgamento que tornou Bolsonaro réu.

????O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus na ação penal sobre a tentativa de golpe começarão a depor ao STF à partir da próxima segunda-feira (9), às 14h. ???? A sessão será transmitida ao vivo pela TvPT. Prepare a pipoca e acompanhe tudo em nossas redes! Acesse em… pic.twitter.com/L49kXRlXYE — PT Brasil (@ptbrasil) June 7, 2025

Quem será interrogado

Além de Jair Bolsonaro, o grupo de réus inclui nomes de alta relevância da gestão passada:

- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso

- Alexandre Ramagem, deputado e ex-diretor da Abin

- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha

- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça

- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI

- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa

- Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022

Braga Netto será o único a prestar depoimento por videoconferência, já que está preso. Os demais devem comparecer presencialmente à sala de sessões da Primeira Turma do STF. Os interrogatórios começarão com Mauro Cid , conforme ordem alfabética. Cid fechou acordo de delação premiada e será ouvido primeiro.

Como será a oitiva

Foto: Rosinei Coutinho/STF
Jair Bolsonaro acompanhando julgamento no STF

Aos réus é garantido o direito ao silêncio, conforme assegurado pela Constituição, especialmente se alguma resposta puder gerar autoincriminação. A sessão ocorre em meio à investigação sobre uma série de crimes atribuídos ao grupo, como: tentativa de golpe de Estado; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; participação em organização criminosa armada; dano qualificado; e deterioração de patrimônio tombado.

No caso específico de Alexandre Ramagem , a Primeira Turma do STF limitou o alcance da acusação, com base na decisão da Câmara dos Deputados que sustou parte dos crimes atribuídos ao parlamentar. Ele responderá apenas por atos praticados antes da diplomação.

Estratégia política

A decisão do PT de transmitir o interrogatório tem caráter político. Em março, quando o julgamento do STF tornou Bolsonaro réu, o líder do partido na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), chegou a solicitar a instalação de uma televisão no gabinete da liderança para que parlamentares pudessem acompanhar a sessão juntos e fazer publicações nas redes sociais em tempo real.