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Prioridade das empresas era o dinheiro e não a saúde, diz PF

A operação é a maior da história PF e foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, apurando irregularidades na fiscalização de frigoríficos.

O delegado da Polícia Federal (PF), Maurício Moscardi Grillo afirmou em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira sobre a Operação Carne Fraca que a prioridade das empresas era “o capitalismo, o mercado, não a saúde pública”. A JBS e a BRF, grandes corporações do setor agropecuário brasileiro adotavam formas de baratear os produtos, com o objetivo exclusivamente de aumentar os lucros, mesmo que isso afetasse a qualidade do que era repassado aos consumidores.

Segundo Grillo, não houve tentativa de “extorsão” por parte dos fiscais, mas que as corporações realizaram corrupções de forma intencional. No caso da BRF, há uma gerência, de relações institucionais e governamentais, que ele não vê “outra função” que não “articular vantagens para a empresa”, como, por exemplo, a transferência indevida de fiscais das suas lotações.

  • Foto: UolPolícia FederalPolícia Federal

Ainda de acordo com as investigações, a BRF procurava retirar servidores públicos de áreas de interesses, que estivessem fazendo fiscalizações rigorosas sob seus produtos. A empresa substituía por outros fiscais, que iriam fazer “vista grossa” sob os produtos de má qualidade. O delegado Grillo cita nominalmente a atuação do diretor da BRF, André Luiz Baldissera.

Entre as marcas comercializadas pela JBS, estão a Friboi e a Seara. A BRF tem, com seus principais títulos, a Sadia e a Perdigão.

Carnes contaminadas

Entre as possíveis irregularidades cometidas pelas as empresas investigadas pela Polícia Federal (PF), estão a liberação de lotes de carne estragadas, contaminadas com bactérias e com utilização de produtos cancerígenos. A operação é a maior da história PF e foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, apurando irregularidades na fiscalização de frigoríficos

De acordo com a Veja, uma funcionária da empresa Peccin, envolvida nos casos investigados, relata a “a utilização de carnes estragadas na composição de salsichas e linguiças, a ‘maquiagem’ de carnes estragadas com a substância cancerígena ácido ascórbico, carnes sem rotulagem e sem refrigeração”. Há também relato de pressão para liberação de um lote contaminado com Salmonella, da empresa Rio Verde, além de remessas de frango com papelão e lotes de linguiça com carne de cabeça.

A empresa JBS divulgou uma nota afirmando que:

 “Em relação a operação realizada pela Polícia Federal na manhã de hoje, a JBS esclarece que não há nenhuma medida judicial contra os seus executivos.  A empresa informa ainda que sua sede não foi alvo dessa operação.

A ação deflagrada hoje em diversas empresas localizadas em várias regiões do país, ocorreu também em três unidades produtivas da Companhia, sendo duas delas no Paraná e uma em Goiás.

A JBS e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas.

A JBS no Brasil e no mundo adota rigorosos padrões de qualidade, com sistemas, processos e controles que garantem a segurança alimentar e a qualidade de seus produtos. A companhia destaca ainda que possui diversas certificações emitidas por reconhecidas entidades em todo o mundo que comprovam as boas práticas adotadas na fabricação de seus produtos.

A Companhia repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos – seja na produção e/ou comercialização – e se mantém à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos.”

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