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Novo 2 da PF nega problema de produtividade na gestão de ex-chefe do Rio

Oliveira foi superintendente no Rio de Janeiro após a saída de Ricardo Saadi, que informou em depoimento que sua exoneração foi antecipada em agosto do ano passado e sem justificativa clara.

O delegado Carlos Henrique Oliveira, atual diretor-executivo da Polícia Federal, rebateu em depoimento que a saída do ex-superintendente do Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, se deu por ‘questões de produtividade’. A acusação foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro em agosto do ano passado, que tentou emplacar um nome de sua escolha para comandar a corporação no Estado.

Oliveira foi superintendente no Rio de Janeiro após a saída de Ricardo Saadi, que informou em depoimento que sua exoneração foi antecipada em agosto do ano passado e sem justificativa clara. Segundo Oliveira, a produtividade da PF Rio ‘vinha evoluindo, tendo alcançado a sua melhor classificação durante a gestão do delegado Saadi’.

O delegado assumiu o posto de número dois na PF, em Brasília, e deixou a chefia no Rio para o delegado Tácio Muzzi, a convite do atual diretor-geral Rolando Alexandre de Souza. Ele negou ter recebido pedidos de informações sobre inquéritos relacionados a familiares de Bolsonaro e disse que, enquanto foi superintendente no Rio, só tinha conhecimento de uma investigação no âmbito eleitoral, ‘que já foi relatado e não houve indiciamento’.

O caso é inquérito sigiloso envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, que apurou suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral ao declarar bens nas eleições de 2014, 2016 e 2018. Os resultados da investigação foram encaminhados em março para a Justiça Eleitoral.

Ao recordar o período que assumiu o comando da PF-RJ, Oliveira destacou que ‘houve demora’ em sua nomeação, e isso derivou de manifestação pública do presidente Jair Bolsonaro, noticiada na imprensa, no sentido que ele, o presidente, desejava que outro delegado assumisse o cargo’.

À época, Bolsonaro tentou emplacar o nome do delegado Alexandre Saraiva, superintendente da PF no Amazonas.

De acordo com Oliveira, a demora foi explicada pelo então diretor-geral Maurício Valeixo, que disse que a situação ‘estaria sendo resolvida’. O delegado assumiria a superintendência em novembro, após os atritos entre Bolsonaro e Moro sobre o nome que comandaria a PF fluminense.

Nomeação. Segundo Oliveira, o convite para deixar a chefia da PF no Rio foi feito pelo atual diretor-geral da corporação, Rolando Alexandre de Souza, no domingo que ‘antecedeu a nomeação do delegado Rolando’, ou seja, 3 de maio.

Oliveira disse que iria pensar na proposta e, no fim da noite, retornou a ligação para aceitar a proposta, destacando que gostaria que o delegado Tácio Muzzi assumisse seu lugar. Rolando inicialmente disse que conhecia e respeitava o delegado, mas não fez nenhuma confirmação – esta só veio no dia seguinte.

Aos investigadores, Oliveira falou que não recebeu nenhum convite do tipo feito pelo delegado Alexandre Ramagem, que chegou a ser nomeado para a direção-geral da Polícia Federal.

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