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'Não consigo matar esse câncer chamado ONG', diz Bolsonaro

Presidente, criticado pela condução da sua política ambiental, ironizou questionamentos durante a sua live semanal e rejeitou ampliar demarcação de terras indígenas.

Criticado pela política ambiental de sua gestão, o presidente Jair Bolsonaro chamou Organizações não Governamentais (ONGs) que atuam na área de "câncer". "Você sabe que as ONGs, em grande parte, não têm vez comigo. Boto para quebrar em cima desse pessoal lá, não consigo matar esse câncer, em grande parte, chamado ONG", disse o presidente durante transmissão semanal nas redes sociais.

Na live, Bolsonaro ironizou os questionamentos sobre os aumentos recordes das queimadas na região da Amazônia e do Pantanal desde o ano passado. "O pessoal acha que está pegando fogo não sei onde e é só chegar lá e apagar, com um abafador, dar uma cuspida em cima da fogueira", disse. Ele também minimizou o monitoramento feito por satélite dos focos de incêndio e afirmou que até "fogueira de São João" é contabilizada.

O avanço do desmatamento nas unidades de conservação da Amazônia no último ano - que, por lei, deveriam ser mais protegidas de devastação - foi ainda pior que na floresta como um todo. As perdas registradas nas áreas protegidas do bioma atingiram 1.008 km² entre agosto de 2019 e julho deste ano, alta de 40% em relação aos 12 meses anteriores.

O Brasil encerra o mês de agosto com o segundo pior resultado de queimadas na Amazônia dos últimos dez anos. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que foram registrados 29.307 focos de calor no mês passado, volume acima da média histórica de 26 mil focos para este mês e 5% inferior aos 30.900 registrados no mesmo mês de 2019.

O presidente reclamou que recebe "pancada o tempo todo" em cima do governo sobre a questão ambiental e disse que "canalhas" estão fazem campanha como se ele estivesse "colocando fogo na Amazônia". Bolsonaro também rejeitou a possibilidade de ampliar a demarcação de terras indígenas para chegar a 20% do território. "Já imaginou? O País não aguenta. A gente acaba com o agronegócio nosso", declarou sobre o assunto.

Ele voltou a dizer que quer desenvolver economicamente a Amazônia e repetiu que está disposto a receber capital externo para concretizar o plano, mas frisou que, enquanto for presidente, é ele quem vai decidir quais países iriam injetar recursos. "Nós estamos fazendo o possível para integrar a Amazônia, mas não é fácil", afirmou.

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