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Exame Nacional do Ensino Médio 2021 tem 26% de abstenção

Compareceram à prova 2,3 milhões de candidatos, em prova com menor número de inscritos desde 2005.

O primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo, 21, teve 26% de abstenção. Compareceram à prova apenas 2,3 milhões de candidatos - em edições anteriores, o Enem recebia o dobro de candidatos. Os dados foram apresentados pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, que negou interferência do governo no conteúdo prova. Para ele, se houvesse interferência, algumas questões poderiam nem estar no teste. O primeiro dia de provas teve questões sobre luta de classes, desigualdade de gênero, racismo e povos indígenas.

O Estadão apurou que o item sobre luta de classes, com texto do alemão Friedrich Engels, coautor do Manifesto Comunista, chegou a ser retirado da prova após uma "leitura crítica" feita no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pelo exame. Depois, voltou a compor as questões do exame deste domingo. Professores afirmaram que o Enem deste ano seguiu o modelo de edições anteriores.

Para Ribeiro, "tentaram politizar a prova" e as questões do teste mostraram que não "tinham cabimento" denúncias sobre interferência no conteúdo. "Talvez, se tivesse interferência, poderia ser que algumas perguntas nem estivessem ali. Não houve qualquer interferência e escolha de perguntas", afirmou o ministro.

Indagado depois sobre quais questões seriam retiradas, não detalhou: "Quis salientar que, se dependesse de uma visão radical, de que o governo é radical, existem questões que tocam alguns temas que numa visão mais conservadora são mais caros ao nosso governo." O Enem foi realizado em meio à crise de servidores do Inep. Eles afirmam que houve pressão para a troca de questões da prova.

Para Ribeiro, apesar do número de ausentes no exame, a prova deste domingo foi "um sucesso". "Mais importante não é o número de inscritos, mas o número de quem veio realmente fazer a prova", disse. O ministro rebateu as críticas de que as ausências têm relação com falhas do Ministério da Educação (MEC) em melhorar o ensino em meio à pandemia e promover a volta às escolas.

"O MEC nunca se furtou a dar todas as condições para que o retorno das aulas fosse possível. Pelo contrário, fiz um pronunciamento em cadeia nacional, pedindo o retorno às aulas.” Como o Estadão mostrou, entre os jovens que desistiram de fazer a prova estão aqueles que não se sentiam preparados após quase dois anos de ensino remoto precário ou porque precisaram trabalhar, em meio à crise econômica.

"Foi um número significativo porque sem o Enem uma série de outros passos da educação brasileira sofreria atraso que poderia prejudicar mais ainda os jovens que querem ascender ao ensino superior", disse Ribeiro. "São pessoas que resolveram enfrentar todas as dificuldades."

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