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Teresinense sofre racismo em loja de Brasília e funcionária é demitida

A funcionária que acusou Camylla Alvino de furto foi demitida após ficar provado a inocência da vítima.

Uma mulher negra piauiense afirma que foi vítima de racismo em uma loja da empresa Centauro, localizada em Brasília, no Distrito Federal, nessa sexta-feira (1º). Trata-se de Camylla Cristina de Melo Alvino, de 33 anos, que trabalha como fisioterapeuta, reside na capital do Brasil e que foi acusada de furtar um “top” na loja. Após ficar comprovado que ela não roubou nada, a funcionária que a acusou foi demitida.

Em vídeo divulgado nas suas redes sociais, Camylla falou como o caso aconteceu, explicando que foi até o Shopping Iguatemi Brasília, na loja da Centauro, procurar por um top para comprar. “Eu vim aqui comprar um top e pedi para moça da Centauro reservar o top, enquanto eu ia dar uma olhada em outra loja. Nesse meio tempo de uma loja para outra, eu vi que hora da minha aula de dança e que [o tempo] ia ficar um pouco apertado, então eu resolvi ir para minha aula de dança e depois da aula iria voltar para comprar o top. Só que, na saída, eu fui surpreendida pela vendedora da loja [Centauro] e pelos seguranças do shopping”, relatou.

Foto: Reprodução/Redes SociaisCamylla Alvino tem 33 anos, trabalha como fisioterapeuta, é piauiense e reside em Brasília
Camylla Alvino tem 33 anos, trabalha como fisioterapeuta, é piauiense e reside em Brasília

Nesse momento, a vendedora iniciou as acusações contra Camylla, insinuando que ela havia roubado a peça. “A moça me chamou, pediu para eu a acompanhar e falou ‘é que você saiu e no provador onde você estava foram encontrados alguns lacres rompidos...está faltando algumas peças e você foi a última a sair desse provador’”.

Sem entender muito bem, Camylla chegou a oferecer a bolsa para que fosse revistada. “Moça, você quer olhar a minha bolsa? Eu não tenho necessidade de roubar nada. O tempo todo ofereci minha bolsa e falei que poderiam puxar as imagens das câmeras”, disse.

Mas, a funcionária da loja já havia chamado a Polícia Militar, que convidou Camylla para uma “salinha”, onde poderiam resolver o problema. Após ficar comprovado que a vítima não furtou nada, a PM orientou que ela registrasse boletim de ocorrência. O caso foi registrado na 9ª Delegacia de Polícia Civil como discriminação racial, mas Camylla também vai buscar reparação judicial.

Camylla conversou sobre o caso com o GP1

Camylla Alvino é natural de Teresina, no Piauí, tem 33 anos de idade, é fisioterapeuta e, atualmente, reside em Brasília. Em entrevista ao GP1, ela contou que pede a responsabilização judicial da empresa e falou um pouco sobre como se sente, dias depois do ocorrido.

“O próximo passo é responsabilizar a empresa para coibir esse tipo de prática. Em relação ao meu estado emocional, desde o ocorrido estou sentindo dores corporais provenientes da ansiedade e da insegurança que venho experimentando ao seguir minha rotina. Saber que será difícil entrar em uma loja, usar um provador e sair sem ser seguida até chegar em casa tem contribuído para esses sentimentos”, confidenciou Camylla.

Centauro diz ter demitido a funcionária

Nesse sábado (02), a loja Centauro informou à imprensa, através de nota, que a conduta da funcionária “não é prática da companhia” e que a demitiu. Leia a nota abaixo, na íntegra.

“Na sexta-feira, por volta de 17h, uma colaboradora realizou uma abordagem indevida a uma cliente, indo contra uma orientação expressa do gerente responsável naquele momento.

Lamentamos o ocorrido e ressaltamos que esse comportamento não é prática da companhia. Por conta disso, a Centauro realizou a demissão da funcionária. Também já realizamos o contato com a cliente para ouvi-la e nos colocamos à disposição para tomar medidas adicionais.

A Centauro não tolera atos de discriminação e preconceito. A empresa reforçará os procedimentos e treinamentos internos, que visam assegurar que suas lojas sejam sempre um ambiente seguro, acolhedor e inclusivo para todos.”

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