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Pais sabiam que autor de atentado em São Paulo desejava chacina

Em depoimento à polícia, o aluno disse que planejava realizar o ataque havia dois anos.

Documento apreendido pela Polícia Civil de São Paulo mostra que os pais do estudante de 13 anos que matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, sabiam que o filho tinha “interesse em realizar uma chacina”, um mês antes do atentado. As informações são do site de notícias Metrópoles.

Uma ata de reunião escolar do dia 23 de fevereiro, obtida pelo Metrópoles, mostra que o pai do adolescente, Ricardo Vieira da Silva, e a mãe dele, Renata Batista de Carvalho, compareceram à Escola Estadual José Roberto Pacheco, onde o filho estudava na época, a pedido da diretoria do colégio.

Na reunião, os pais foram informados, em detalhes, pela diretoria da escola, sobre todas as ameaças feitas pelo garoto aos colegas. Ao final, eles assinaram um termo confirmando que estavam cientes do comportamento do filho.

Conforme depoimentos de funcionários da escola à polícia, a reunião foi convocada em razão do comportamento suspeito do garoto. Funcionários do local relataram à polícia que o menor teria enviado outras mensagens suspeitas a uma colega no dia 21 de fevereiro, durante o feriado de Carnaval, perguntando se a estudante conseguiria arrumar isqueiro e gasolina, sem dar detalhes do que pretendia fazer com os objetos.

Interesse em realizar uma chacina

Ainda conforme a ata da reunião enviada à polícia, a diretora da escola, Kelly Salerno, disse a eles que o adolescente havia compartilhado com outros estudantes fotos que faziam apologia a atentados em escolas e imagens em que segurava armas de fogo.

Em depoimento à polícia, o aluno disse que planejava realizar o ataque há dois anos, inspirado no Massacre de Suzano, ocorrido em uma escola estadual em 2019. O adolescente falou que sofreu bullying nas escolas onde estudou e que já tinha pensado em matar o próprio pai porque apanhava dele.

No dia 23, o colégio teria solicitado que eles levassem o garoto para um exame no Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi), de Taboão da Serra, e apresentassem um atestado de que ele tinha condições psiquiátricas de continuar na escola. No mesmo dia, a unidade disponibilizou um técnico para o atendimento da família, mas a mãe e o filho não compareceram.

A polícia investiga a possível participação de outros dois alunos no atentado.

Atentado

O estudante atacou a professora Elisabeth Tenreiro, com dez facadas, em uma sala de aula. A violência foi interrompida com a chegada de outra educadora, que imobilizou o aluno. Elisabeth foi encaminhada em estado grave ao Hospital Universitário da USP, onde morreu.

O atentado aconteceu na última segunda-feira (27), na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, localizada na zona oeste de São Paulo. O crime deixou outras três professoras e um aluno ficaram feridos.

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