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Correios têm prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, o maior desde 2016

Esse valor é ainda maior do que o registrado em 2023, em que a estatal acumulou perdas de R$ 597 milhões.

Foi divulgado nesta sexta-feira (09) o balanço financeiro dos Correios referente ao ano de 2024, que apontou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões. O valor representa uma piora significativa em relação a 2023, quando a estatal registrou perdas de R$ 597 milhões — número que, após ajustes contábeis, chegou a R$ 633 milhões.

De acordo com o levantamento, o resultado de 2024 foi o pior desempenho da empresa desde 2016, ano em que os Correios acumularam prejuízo de R$ 1,5 bilhão. Corrigido pela inflação, esse montante equivale hoje a R$ 2,3 bilhões.

Foto: Alef Leão/GP1Correios
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Segundo a própria empresa, o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado em 2024 foi causado, em grande parte, pelo baixo desempenho das agências. Apenas 15% das 10,6 mil unidades de atendimento apresentaram superávit. Apesar das perdas, os Correios afirmaram que mantiveram o acesso universal aos serviços postais, atendendo a 5,5 mil municípios em todo o país.

A estatal também destacou que continuou aplicando tarifas acessíveis, mesmo com os altos custos para manter unidades deficitárias. Outro fator que contribuiu para o resultado negativo foi a queda na arrecadação, que fechou o ano em R$ 18,9 bilhões — a menor receita desde 2020, quando foram registrados R$ 17,2 bilhões.

Investimentos mesmo diante do rombo

Nos últimos dois anos, os Correios investiram R$ 1,6 bilhão, com foco em renovação da frota e manutenção da infraestrutura. Somente em 2024, ano do maior prejuízo desde 2016, os investimentos somaram R$ 830 milhões.

A empresa tem direcionado parte dos recursos para a modernização e adoção de práticas sustentáveis. Em 2023, foram adquiridos 50 furgões elétricos, 2,3 mil bicicletas elétricas, 3,9 mil bicicletas com baú e 1,5 mil veículos para renovação da frota.

Alta nos custos operacionais e impacto de reajustes

Os custos operacionais subiram para R$ 15,9 bilhões em 2024, ante R$ 15,2 bilhões no ano anterior. De acordo com os Correios, o aumento foi puxado principalmente pelas despesas com pessoal, que cresceram de R$ 9,6 bilhões para R$ 10,3 bilhões.

O Acordo Coletivo de Trabalho também pesou nos custos, acrescentando R$ 550 milhões, além de um reajuste no vale-refeição, que resultou em uma despesa adicional de R$ 41 milhões.

Desempenho financeiro negativo

O resultado financeiro bruto da empresa em 2024 foi de R$ 4,7 bilhões — um acréscimo de R$ 655 milhões em relação a 2023. No entanto, o saldo final foi deficitário em R$ 379 milhões, revertendo o superávit de R$ 44 milhões do ano anterior.

As despesas financeiras chegaram a R$ 846 milhões, enquanto as receitas com aplicações financeiras totalizaram R$ 466 milhões.

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