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Ciência e Tecnologia

Natura anuncia compra da Avon e cria gigante com receita de US$ 10 bilhões

Negócio amplia domínios da brasileira no mercado global de cosméticos e forma o quarto maior negócio do setor no mundo.

A brasileira Natura anunciou nesta quarta-feira, 22, a compra da Avon, em uma operação de troca de ações. Segundo a companhia, o negócio vai criar o quarto maior grupo de cosméticos do mundo. O acordo traz uma quarta marca para a holding da Natura, que já controla a própria Natura, a britânica The Body Shop e a australiana Aesop.

O mercado financeiro reagiu bem ao negócio. As ações da Natura fecharam o dia em alta de 9,43%, cotadas a R$ 61,50, após a brasileira admitir pela manhã que o acordo com a Avon estava prestes a ser fechado.

A transação vai criar uma nova holding brasileira, na qual os atuais sócios da Natura terão 76%, ante 24% dos atuais acionistas da Avon. Com a aquisição, a Natura & Co passará a ter faturamento bruto anual superior a US$ 10 bilhões (ou mais de R$ 40 bilhões), cerca de 40 mil colaboradores e presença em cem países.

A Natura obteve compromisso dos bancos Bradesco, New York Branch, Citigroup e o Itaú Unibanco, no valor de até US$ 1,6 bilhão, para pagar parte dos acionistas da Avon.

O negócio avaliou a Avon em cerca de US$ 3,7 bilhões (R$ 15 bilhões), de acordo com fontes ligadas ao negócio. Em 2012, a empresa recusou proposta de aquisição da rival Coty, que estava disposta a pagar US$ 11 bilhões (ou cerca de R$ 45 bilhões) pela companhia.

Dificuldades da Avon

Com a inclusão da Avon em seu portfólio, a Natura tenta crescer no segmento mais popular de cosméticos. A empresa já está presente em produtos de maior valor agregado, após a compra da britânica The Body Shop, em 2017, e no de luxo, com a australiana Aesop (sua primeira grande aquisição, em 2013).

Ao optar pela troca de ações, a Natura conseguiu colocar para dentro de casa um negócio grande e complexo, sem se expor financeiramente de forma significativa, conforme análise do banco Brasil Plural.

“Apesar disso, com a aquisição, a Natura vai enfrentar uma série de desafios relativos ao apelo e às operações logísticas da marca Avon, à medida que a companhia vem enfrentando dificuldades em todos os seus principais mercados”, disse a instituição. O banco aponta ainda que a Natura “terá de investir para recuperar as operações globais (da Avon), enquanto já empreende um trabalho de reestruturação da The Body Shop”.

Apesar de combalida, no entanto, a Avon pode servir como linha popular para a Natura, além de servir como plataforma para o lançamento da “marca-mãe” em vários novos mercados. No Brasil, a união de forças colocará a Natura na posição de líder isolada do setor, distanciando o negócio de rivais como O Boticário e Unilever.

As duas empresas terão, juntas, 6,3 milhões de consultoras de beleza em todo o mundo. A Natura disse esperar coletar cerca de US$ 150 milhões e US$ 250 milhões.

Aprovação do Cade

Segundo o comunicado da Natura, após a conclusão da aquisição, o conselho de administração será composto por 13 membros, sendo que três serão escolhidos pela Avon. A transação está sujeita aos acionistas das duas companhias e também por órgãos reguladores, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A conclusão da operação é esperada para o início de 2020.

A Natura &Co foi assessorada pelos bancos UBS e Morgan Stanley, enquanto a Avon foi auxiliada por Goldman Sachs. Os membros do conselho de administração da Avon foram assessorados pela PJT Partners.

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