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Paulo Guedes diz que não existe prorrogação do auxílio emergencial

“Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força. Do ponto de vista do governo, não existe prorrogação de auxílio emergencial”, afirmou o ministro.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o auxílio emergencial deverá ser extinto no fim do ano com o recuo dos casos de covid-19 no Brasil. “Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força. Do ponto de vista do governo, não existe prorrogação de auxílio emergencial”, afirmou o ministro, em evento virtual organizado pela Empiricus.

Guedes disse que vai atuar com “evidências empíricas” e que há muita pressão política pela prorrogação do auxílio emergencial. “Estamos preparados para reagir, mas não adianta criar fatos que não existem. Se tiver segunda onda [da pandemia], já sabemos como reagir, o que funcionou e o que não funcionou, sabemos o nome dos beneficiários que realmente precisam”, completou.

O governo começou a fazer os pagamentos em maio. Inicialmente, iriam até julho. Depois foram prorrogados uma primeira vez até setembro e, uma segunda vez, até dezembro. No início, o valor era R$ 600, mas passou para R$ 300 nas últimas parcelas.

Guedes admitiu, mais cedo, que está havendo repique de contágio do novo coronavírus, mas negou que já haja uma segunda onda da pandemia no Brasil. Segundo ele, se houver uma segunda onda no Brasil, o governo agirá com a mesma "determinação", mas é preciso ter "base empírica".

“Parece que está havendo repiques. São ciclos, vamos observar. Fato é que a doença cedeu substancialmente. As pessoas saíram mais, se descuidaram um pouco. Mas tem características sazonais da doença, estamos entrando no verão, vamos observar um pouco. Nós que não somos especialistas...", disse em evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Depois de fracassarem os planos da equipe econômica de criar um novo programa de renda básica a ser iniciado após o fim do auxílio emergencial – que foi batizado de Renda Brasil, mas acabou rejeitado pelo presidente Jair Bolsonaro – Guedes disse que a renda mínima é de “outra família” e não tem a ver com a pandemia.

“Falamos desde a campanha presidencial de um programa de renda básica. Existe no programa o Renda Cidadã, mas tem que ser fiscalmente sustentável e não tem a ver com pandemia. Renda básica é da família das reformas estruturantes, não é emergencial”, afirmou.

O ministro admitiu que a equipe queria que o Renda Brasil fosse uma “aterrissagem” para o auxílio emergencial, mas que houve “mal entendidos”. Ele citou a frase de Bolsonaro que disse que “não iria tirar do pobre para dar para o paupérrimo” ao rejeitar estudos da Economia que sugeriam cortar reajuste de aposentados para custear no novo programa de transferência de renda.

Guedes disse ainda que, enquanto o auxílio emergencial foi criado para manter a renda de trabalhadores informais, o Brasil conseguiu preservar empregos formais na comparação com outros países e deve encerrar o ano com cerca de 300 mil vagas a menos do que em 2019. “O Brasil foi uma das economias mais bem sucedidas do mundo em manter emprego formal”, completou.

A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado, calcula que uma prorrogação, por quatro meses do auxílio emergencial, no valor de R$ 300, para cerca de 25 milhões de pessoas custaria aos cofres públicos cerca de R$ 15,3 bilhões.

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