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Economia e Negócios

Assaí compra lojas da rede Extra por R$ 5,2 bilhões

Com a conversão das unidades em atacarejo, a bandeira de hipermercados do GPA deixará de existir.

O Assaí vai comprar as lojas da bandeira Extra, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar (GPA). O acordo prevê a conversão de 71 unidades da bandeira de hipermercados no formato de atacarejo. O GPA vai receber R$ 5,2 bilhões na operação. A bandeira Extra será descontinuada, representando a saída do GPA desse segmento.

A transação é uma espécie de ação entre amigos, já que tanto o Assaí quanto o GPA são controlados pelo gigante francês Casino. Porém, por ser muito mais lucrativa do que o restante do grupo, a operação do atacarejo foi desmembrada do GPA, ao qual pertencia. Isso ocorreu justamente para evitar que o Assaí fosse “contaminado” pelas operações pouco lucrativas do conglomerado – sendo a do hipermercado Extra uma das mais desafiadoras.

Foto: Lucas Dias/GP1Extra em Teresina
Extra em Teresina

Com a emergência do atacarejo – segmento que tem como líder o Atacadão, que pertence ao Carrefour Brasil –, analistas de varejo têm há alguns anos apontado que o formato de hipermercado perdeu ímpeto. O próprio presidente do GPA, Jorge Faiçal, afirmou nesta quinta-feira, 14, que o “atacarejo tem se transformado no novo hipermercado do brasileiro”. Em 2018, o Walmart – consagrado no exterior por suas grandes lojas – deixou o País diante de resultados ruins com seus hipermercados.

Em comunicado, Faiçal disse que a transação representa uma oportunidade de intensificar o foco dos negócios do conglomerado nos segmentos premium, com as bandeiras Pão de Açúcar, Minuto e Mercado Extra. Já Belmiro Gomes, do Assaí, argumentou que a operação irá acelerar a expansão do formato de atacarejo. Segundo ele, as bandeiras têm hoje baixa sobreposição de lojas.

O Assaí vai ganhar cerca de 450 mil metros quadrados de área de vendas que estão localizadas em capitais ou regiões metropolitanas. A expectativa é de que as lojas, que têm hoje cerca de R$ 8,9 bilhões de faturamento anual, passem a R$ 25 bilhões depois da conversão para Assaí. Com a compra e a expansão orgânica, Gomes espera chegar a R$ 100 bilhões de faturamento no fim de 2024.

Mais central

A localização das lojas é um ponto alto, disse Gomes. “Embora o mercado de atacarejo tenha avançado muito nos últimos anos, o mercado imobiliário estava aquecido. A maior parte das lojas de ‘cash & carry’ (atacarejos) não está em regiões centrais pela falta de disponibilidade de terrenos grandes”, diz.

Outra vantagem de comprar os ativos do mesmo controlador é que a transação não passa pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As lojas devem passar ao Assaí em janeiro de 2022.

Operação

O presidente do GPA, Jorge Faiçal, afirmou hoje que o amadurecimento da operação que resultou na conversão dos hipermercados Extra em lojas do Assaí ocorreu no Brasil. As conversas foram tocadas por Faiçal com Belmiro Gomes, líder do Assaí. O executivo disse que, depois de conversar com algumas redes regionais visando a operação, ficou claro que o atacarejo era a melhor opção.

Faiçal também afirmou que a operação foi feita diante da constatação de que o Extra estava em uma “posição pouco privilegiada para fazer o turnaround (recuperação)” de seus negócios. Em relação ao futuro do GPA – que é dono da bandeira Pão de Açúcar –, o executivo também ressaltou que não há mais perspectivas de desinvestimentos.

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