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Economia e Negócios

Paulo Guedes diz que 'protocolo' para volta do auxílio está pronto

'Posso entregar hoje se ele quiser. A solução para o auxílio é uma PEC de guerra embutida no pacto federativo', disse o ministro da Economia.

Cobrado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), a apresentar uma solução para uma nova rodada de auxílio emergencial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o "protocolo" para dar segurança jurídica para a retomada do benefício está pronto, mas que é preciso o Congresso aprovar.

“[O presidente da Câmara dos Deputados] Arthur Lira fez hoje uma convocação por solução, posso entregar hoje se ele quiser. A solução para o auxílio é uma PEC de guerra embutida no pacto federativo”, afirmou, durante evento da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

A "solução", segundo o ministro, é votar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) "de guerra", que permita ao governo ampliar os gastos sem as "amarras" de regras fiscais. Para facilitar a tramitação, essa "cláusula da calamidade" pode ser incluída em uma PEC que já está tramitando no Congresso, a do pacto federativo. “[A nova rodada do auxílio emergencial] tem que ser feita dentro de protocolos, ou corremos risco de descontrole completo. Se isso se estender no tempo, sem contrapartidas, estamos incendiando as finanças públicas”, afirmou.

Mais cedo, na primeira cobrança pública à equipe econômica, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), disse que, com a indefinição sobre uma nova rodada do auxílio emergencial, a situação dos afetados com o agravamento da pandemia da covid-19 "está ficando crítica". "Urge que o ministro Guedes nos dê com sensibilidade do governo uma alternativa viável, dentro dos parâmetros da economia como ele pensa e como a sociedade deseja, a situação está ficando crítica na população e precisamos encontrar uma alternativa", disse Lira.

Ele reclamou que o Ministério da Economia até o momento não enviou nenhuma proposta para a retomada do auxílio ao Congresso. “Tudo dentro ainda de conversas que deveremos ter. Nada ainda foi encaminhado praticamente”, disse. "Temos urgente que tratar desses assuntos com a sensibilidade que o caso requer."

O auxílio emergencial foi pago a desempregados, beneficiários do Bolsa Família e trabalhadores informais em 2020. Foram cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300. Com o agravamento da pandemia, aumentou a pressão para que o governo retome o benefício.

A equipe econômica quer atrelar uma nova rodada do auxílio a medidas de cortes de gastos, mesmo que sejam com efeitos no médio prazo. Além disso, Guedes vem repetindo que precisa de uma segurança jurídica para bancar a retomada do auxílio. Isso porque, em 2020, foi aprovado o orçamento de guerra, que, na prática, permitiu que houvesse uma ampliação dos gastos sem as "amarras" das regras fiscais. Neste ano, porém, não há calamidade pública e todas as normas estão em vigor. Descumpri-las pode fazer com o que o governo seja alvo de crime de responsabilidade.

Guedes lembrou que no ano passado teve que conseguir contrapartidas aos gastos emergenciais “a trancos e barrancos”. Depois de falar de um novo auxílio por “três, quatro meses”, Guedes defendeu contrapartidas para o caso de a pandemia durar o ano inteiro. "Temos responsabilidade e segurança de que se ficarmos mais um ano com auxílio, saberemos agir? Se tivermos que gastar mais um ano, qual a contrapartida?”, questionou.

O ministro lembrou que o governo recorreu a gastos infraconstitucionais, como a antecipação de abono salarial e do pagamento de 13º de aposentadorias para ajudar a população enquanto o novo auxílio não é lançado. Só uma parte da primeira medida já foi tomada: os trablhadores que receberiam o abono em março vão pode sacá-lo em fevereiro.

Guedes disse ainda que o Brasil continua “gastando como se não houvesse amanhã” e que a classe política “ainda não conseguiu assumir a responsabilidade pelos gastos. Mesmo assim, o ministro quis demonstrar "sintonia" com o novo comando do Congresso. Segundo ele, há um acordo para que os trabalhos para garantir o respaldo à nova rodada ocorra nos próximos 15 dias, mesmo durante o Carnaval, e que o benefício saia em 20 dias. "Não podemos ter de novo ministro brigando com presidente da Câmara e governadores avançando sobre recursos da União".

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