Davi Fernandes
O mercado financeiro projeta que a taxa básica de juros (Selic) deverá ultrapassar a marca dos 15% até o final de 2025. A expectativa é baseada em apurações com operadores da área, que apostam em período de inflação persistente até 2027. Apesar da Selic estar atualmente em 14,75%, o consenso entre agentes do mercado é de que a política monetária seguirá em patamar elevado como resposta ao descolamento das expectativas inflacionárias.
Segundo estimativas da chamada Faria Lima, a inflação deve permanecer acima da meta estabelecida pelo governo até pelo menos 2027. A meta de 3,5% ao ano, indicada como objetivo pelo Banco Central, só deverá ser cumprida a partir desse período, o que exigirá uma política monetária mais rígida até lá.
O banco Itaú divulgou nessa sexta-feira (16) um relatório em que atualiza suas projeções sobre a política monetária brasileira. A instituição financeira passou a estimar a manutenção da Selic em 14,75% até o fim de 2025, abandonando a previsão anterior de que a taxa chegaria a 15,25% ao final do ano.
O Itaú destaca que o Banco Central sinalizou maior confiança de que a taxa atual já exerce forte impacto sobre a atividade econômica, que estaria em desaceleração. Para 2026, o banco projeta o início de cortes na taxa de juros, levando a Selic a 12,75% no fim do ano, abaixo da projeção anterior de 13,25%.
As estimativas de inflação foram mantidas, com o IPCA previsto em 5,5% para 2025 e 4,4% para 2026, diante de um balanço de riscos considerado simétrico. O Itaú também manteve a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), estimando alta de 2,2% em 2025 e de 1,5% em 2026.
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