Neste sábado (05), entrou em vigor a nova tarifa social de energia elétrica, com previsão de beneficiar até 60 milhões de brasileiros, tendo isenção total no fornecimento de energia. Porém, a medida custará R$ 3,6 bilhões ao ano para os demais consumidores que não são beneficiários do programa, especialmente, da classe média e do setor industrial, conforme estimativas do setor elétrico.
Os primeiros 80 kWh consumidos por mês por famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico, além de idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência que recebam o Benefício de Prestação Continuada (BPC), terão sua gratuidade validada por meio do programa.

Contarão com descontos parciais na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), as famílias com renda per capita de até um salário mínimo (R$ 1.518) em consumos mensais de até 120 kWh. A CDE representa cerca de 12% da fatura de energia.
Uma medida provisória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi o que instituiu as mudanças. O texto, por se tratar de uma MP, deve ser aprovado pelo Congresso até 18 de setembro para não perder a validade.
O custo da tarifa social, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), será compensado por outras medidas da reforma, como a revisão de subsídios existentes no setor e a abertura do mercado livre de energia para consumidores de baixa tensão (grupo que inclui residências e pequenos comércios).
Os representantes do setor acreditam que esse reequilíbrio será sentido no bolso dos consumidores que não fazem parte dos grupos beneficiados.
“Como a energia elétrica representa cerca de 30% do custo de qualquer produto […] há chances de pressão inflacionária, com reflexos na taxa de juros e no custo de vida de todos os brasileiros. A população de baixa renda economizará com energia, mas pagará ainda mais caro o pão, o leite, a comida, o eletrodoméstico”, afirmou o diretor-presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE), Alexei Vivan.
Consequências econômicas também são previstas pela Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). Para consumidores industriais de alta tensão, o custo da energia pode subir até 20%, de acordo com a associação, o que provocaria uma pressão adicional de dois pontos percentuais no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial da inflação, ao longo dos próximos 12 meses.
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