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Acreúna - Goiás

Piauienses são resgatados em situação análoga a trabalho escravo em Goiás

Segundo o órgão, eles trabalhavam em plantio de cana e não recebiam regularmente desde setembro de 2022.

O Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) resgatou 152 trabalhadores, sendo 78 piauienses, que buscavam uma oportunidade no mercado de trabalho em busca do sustento, porém, foram cooptados para trabalho análogo a escravidão em uma fazenda de plantio de cana, localizada no município de Acreúna, em Goiás. A ação foi desencadeada em conjunto com a Polícia Federal, Ministério do Trabalho e Previdência, Ministério Público Federal e Defensoria Pública.

De acordo com as informações repassadas pelo MPT, os piauienses são naturais dos municípios de Oeiras, Barra D’Alcantara, Inhuma, José de Freitas, São Raimundo Nonato, Tanque, União, Arraial e Gilbués. Em alguns desses casos, eles estavam trabalhando de forma irregular desde setembro de 2022. Além dos piauienses, foram resgatados trabalhadores oriundos da Bahia, Maranhão e Pernambuco.

Foto: Divulgação/ MPT78 piauienses são resgatados de trabalho análogo ao escravo em Goiás
78 piauienses são resgatados de trabalho análogo ao escravo em Goiás

As informações dão conta que os trabalhadores foram atraídos com promessas de que receberiam salários entre R$ 2 mil a R$ 5 mil, por mês. Entretanto, quando chegaram na referida fazenda, eles recebiam apenas um valor simbólico pela diária e precisavam arcar com suas despesas individuais, pela alimentação e pelas passagens de ônibus que usufruíram para chegar ao local.

Condições degradantes

O órgão ministerial revelou que as condições de estadia e de trabalho oferecida eram degradantes e os trabalhadores não tinham seus direitos trabalhistas garantidos, como décimo terceiro, férias e não havia recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Nos alojamentos não havia lugar adequado para dormir, espaço suficiente para a quantidade de pessoas ou sequer condições de higiene básica.

Os trabalhadores tinham que preparar sua alimentação em fornos a lenha e faziam as refeições ao relento. Além disso, não havia sido estabelecido uma carga horária mínima, não eram ofertados equipamentos de proteção individual, ferramentas, instalações sanitárias, nem transporte adequado.

Penalidades

Após a operação, a empresa assumiu a responsabilidade pelos trabalhadores e realizou o pagamento das verbas rescisórias, no valor de R$ 877 mil, e efetuou o pagamento por danos morais individuais no valor de R$ 283 mil. Ademais, foram emitidos requerimentos para acesso ao seguro-desemprego, correspondente a três parcelas de um salário-mínimo, para todos os 152 trabalhadores.

Denúnicias anônimas

O Ministério Público do Trabalho reitera que as denúncias envolvendo trabalho escravo podem ser feitas através do site do MPT-PI, ou então através do email [email protected] ou ainda, por meio do WhatsApp: (86) 99544 7488.

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