Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), o Vaticano deu início aos ritos tradicionais que marcam a despedida de um pontífice. Primeiramente, o cardeal camerlengo é responsável por confirmar cerimonialmente o falecimento, mesmo que ele já tenha sido atestado por médicos.
O ritual inclui chamar o papa por seu nome de batismo, Jorge Mario Bergoglio, sem obter resposta, retirar o Anel do Pescador — símbolo da autoridade papal — e selar o apartamento do pontífice. Cabe ainda ao camerlengo, atualmente o cardeal Kevin Farrell, comunicar oficialmente a morte do papa às autoridades e ao público, além de administrar os bens da Sé Apostólica durante o período conhecido como “Sé Vacante”, quando o trono papal está vago.

Nesse intervalo, o Colégio dos Cardeais passa a gerir temporariamente os assuntos da Igreja, mas grandes decisões são adiadas até a eleição do novo papa. Com a morte confirmada, inicia-se o Novendiale, um luto oficial de nove dias.
Antes da exibição pública do corpo na Basílica de São Pedro, o papa é abençoado e vestido com as vestes papais. Durante esse período, missas de réquiem e orações diárias são realizadas no local, e missas memoriais também ocorrem no Vaticano após o funeral.
Em 2024, Francisco havia aprovado mudanças nos rituais fúnebres, as quais ele mesmo solicitou. Agora, a confirmação da morte ocorre na capela privada do papa, e não mais em seu quarto. Outra mudança significativa foi a adoção de um caixão mais simples, feito de madeira revestida de zinco, em vez da combinação tradicional de três caixões — de cipreste, zinco e olmo — utilizados em pontificados anteriores.
Também foi abolido o uso do catafalco, uma plataforma decorada onde o caixão era tradicionalmente colocado. Em vez disso, o corpo será exposto de forma mais simples e permanecerá com o caixão aberto até o último dia de visitação pública na Basílica de São Pedro.
Por fim, seguindo um desejo manifestado ainda em vida, Francisco será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
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