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Bolsonaro diz contar com parlamentares para melhorar PEC da Previdência

"Contamos com os senhores para aperfeiçoar o projeto", disse o presidente.

Ao entregar a reforma da Previdência ao Congresso, nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que é "importantíssimo" os parlamentares fazerem alterações no texto. "Contamos com os senhores para aperfeiçoar o projeto", disse.

O presidente também admitiu que o texto enfrentará "dificuldades" e fez um 'mea culpa' ao dizer que errou ao se posicionar contra mudanças na aposentadoria quando era deputado federal.

"Nós temos que juntos realmente mostrar, não só para o mundo, mas para nós mesmos, que erramos no passado, eu errei no passado, e temos oportunidade ímpar de garantir para as futuras gerações uma Previdência onde todos possam receber", disse o presidente aos parlamentares.

  • Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoJair Bolsonaro (PSL), acompanhado dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do ministro da Casa Civil, Onyx LorenzoniJair Bolsonaro (PSL), acompanhado dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni

Além de se mostrar contrário à reforma quando era deputado, Bolsonaro afirmou na campanha eleitoral do ano passado que o desequilíbrio nas contas públicas não tinha qualquer relação com previdência. Chegou a dizer, ainda, que jamais atuaria para levar "miséria" aos aposentados por exigência do mercado financeiro.

"É o futuro do nosso Brasil. O Brasil conta conosco. Sabemos que um setor da sociedade vai contribuir um pouco mais e exatamente quem pode mais vai contribuir com mais e quem pode menos vai contribuir com menos.

Contamos com os senhores para aperfeiçoar o projeto. O Brasil precisa sair dessa situação crítica que é econômica que vivemos no momento", disse nesta quarta. Em outro momento, afirmou que "obviamente o projeto vai ser aperfeiçoado" pelos parlamentares e avaliou que "isso é importantíssimo". "A responsabilidade é de todos nós", destacou.

Em sua fala, Bolsonaro relembrou a experiência de 28 anos como deputado e se colocou como um semelhante. "Sou igualzinho a vocês, somos iguais, temos o mesmo propósito, o mesmo ideal. A proposta que no momento chega aqui, nós sabemos das dificuldades, mas todos nós no Brasil contamos com a competência, o patriotismo e o compromisso dos senhores de salvar o Brasil economicamente. Nós não temos outra saída", afirmou.

Ele frisou que não estava fazendo um apelo, e sim falando como um amigo. "Esse não é um apelo, é uma palavra de amigo, de quem integrou essa casa por 28 anos, que sabe como é a vida do parlamentar, mas, acima de tudo, sabe como é a vida de vocês." Ao final, o presidente foi aplaudido por ministros e lideranças que acompanharam o encontro.

"Foi um gesto de humildade do presidente admitir que, no passado, errou sobre a Previdência. Ele disse que, como parlamentar, não compreendeu a importância da reforma", contou Baleia Rossi (SP), líder do MDB na Câmara após a reunião. O deputado e outras lideranças participaram da reunião em que Bolsonaro e os ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) apresentaram a proposta ao parlamento.

Na prática, a indefinição sobre o tamanho e a coesão da base de apoio do governo no Congresso preocupa o Palácio do Planalto. Na terça-feira, 19, por exemplo, o governo sofreu sua primeira derrota na Câmara, que derrubou o decreto presidencial sobre classificação de documentos ultrassecretos. Foi um revés sofrido pelo Executivo no rastro da crise política provocada pela demissão de Gustavo Bebianno do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

"Nós vamos ter de juntar os cacos", disse a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), para quem Bolsonaro precisa começar a conversar com o Congresso. "Há muitos deputados insatisfeitos, que estão mostrando o descontentamento no plenário", argumentou ela.

Responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, o ministro Onyx afirmou, a portas fechadas, que a hora de consolidar a base de sustentação do governo é agora. "Ainda não há mesmo partidos que se declaram como base do governo, com exceção do PSL (sigla de Bolsonaro), mas isso está em construção", concluiu Baleia Rossi.

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